PAN 'ergue bandeiras' do ambiente e proteção animal e abertura negocial
Com uma campanha concentrada nas cidades, o PAN 'ergueu as suas bandeiras' da defesa do ambiente e da proteção animal para tentar convencer os eleitores e prometeu abertura negocial, sem esclarecer se prefere PS ou PSD.
© Global Imagens
Política Eleições antecipadas
Num carro híbrido, a porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, percorreu o país, de norte a sul, mas deu preferência às cidades, sobretudo as do litoral, dedicando apenas três dias ao interior.
A poluição dos rios, a proteção animal, uma agricultura 'amiga' do ambiente, a escola pública, o Serviço Nacional de Saúde e a ferrovia foram alguns dos temas do PAN, destacando-se as posições contra o novo aeroporto do Montijo, a exploração de lítio e as touradas.
Recusando 'dar a mão' a coligações que integrassem o Chega, Inês Sousa Real mostrou-se sempre disponível para negociar soluções governativas com PS e PSD, mas nunca se comprometeu com qualquer um dos partidos.
Nas ruas, a porta-voz do PAN chegou a ser aconselhada a não apoiar um governo do PSD, mas também aconteceu o mesmo em relação a possível apoio a um executivo do PS, e, mesmo assim, manteve a discrição em relação a possíveis apoios.
Sousa Real sublinhou que "o primeiro compromisso do PAN é com as causas" e avisou que só apoiará o partido que tentar formar governo se for "mais ambicioso e comprometido", por exemplo, com o combate às alterações climáticas.
Após as legislativas do próximo domingo, prometeu "sentar à mesa" para perceber "as linhas vermelhas que existem" com os partidos em condições de formar governo e que "compromissos estão dispostos a assumir".
A também deputada afirmou ainda que a "bipolarização PS/PSD não serve os interesses do país" e criticou CDU e Bloco de Esquerda por terem provocado "uma crise política em cima de uma crise sanitária e económica" por terem chumbado o Orçamento do Estado.
Apesar dos muitos quilómetros percorridos, ficaram de fora do trajeto feito pela caravana do PAN os distritos de Vila Real, Bragança, Viana do Castelo e Portalegre e as ilhas, com estes círculos a terem direito a sessões 'online'.
Sem grandes meios e estruturas locais, a comitiva do PAN foi quase sempre composta por cerca de oito pessoas, incluindo a própria Inês Sousa Real, a que se juntaram os candidatos dos círculos que visitava.
As exceções foram as iniciativas na zona de Lisboa e o único comício do PAN nesta campanha, no Porto, que juntou cerca de 30 apoiantes e onde, pela primeira e única vez, até agora, a porta-voz do partido falou num palanque.
A grande maioria das iniciativas de Inês Sousa Real consistiu em encontros com elementos de movimentos de cidadãos e associações para se inteirar de problemas sociais e ambientais e apresentar soluções.
Pelo meio, a líder do PAN realizou pequenas ações de contacto com a população, em mercados ou nas ruas, com a distribuição de propaganda política, sacos de pano com o slogan do partido "Agir já" e marcadores de livros com receitas vegetarianas.
Na passagem por mercados, Sousa Real, que só tirou a máscara para falar aos jornalistas, evitou sempre as bancas de peixe e de carne e privilegiou o contacto com clientes e comerciantes nas zonas de frutas e legumes.
Sem contar, até agora, com a participação de André Silva, seu antecessor na liderança do PAN, Inês Sousa Real teve que enfrentar, em Beja, a contestação de um grupo de pessoas ligadas à tauromaquia, por defender o fim das touradas.
O PAN foi muitas vezes associado a "partido dos animais" nas quase duas semanas de campanha e Inês Sousa Real ouviu elogios de quem considera que o partido faz falta no parlamento e críticas por aqueles que acham que é fundamentalista.
Nestas eleições, o PAN vai procurar, pelo menos, eleger quatro deputados, os mesmos que alcançou nas legislativas de 2019.
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