Rio frisou que nunca foi contra aumentar SMN, mas o que disse no passado?
Presidente do PSD defendeu, no passado, o aumento do salário médio nacional em detrimento do mínimo e assumiu ser contra o aumento do salário mínimo quando o contexto económico não é favorável.
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O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu esta terça-feira que, da extrema-direita à extrema-esquerda, ninguém é contra o aumento do salário mínimo nacional (SMN), e acusou o secretário-geral do PS, António Costa, de mentir ao atribuir-lhe posições que não tem.
No entanto, será que Rio nunca se posicionou contra o salário mínimo nacional? Não há muito tempo, em novembro de 2021, quando Rio e Rangel disputavam a liderança do PSD, o aumento do salário mínimo foi um dos temas discutidos.
Nessa altura, Rio mostrava-se favorável à subida do salário, sim, mas do médio em detrimento do mínimo. Justificava então a sua decisão indicando que era preciso “nivelar por cima e não nivelar tudo por baixo” uma vez que o salário mínimo nacional andava perto do médio e que, este último, tinha estagnado. “O país quer é estar o mais próximo possível da média europeia, já que os salários em Portugal são muito baixos”, defendia Rio. Rangel segue a mesma linha, rejeitando que o salário mínimo se universalize.
Em dezembro do mesmo ano, Rio reforçava a mesma ideia: "Não é aceitável um país com a sua classe média sufocada em impostos e em que o seu salário de referência pouco se distingue do mínimo em vigor”.
Recuando a setembro de 2020, altura em que se discutia o aumento do salário mínimo nacional para 705 euros, como viria a acontecer, o presidente do PSD mostrou-se contra este aumento em 2021, numa altura em que as empresas enfrentavam os impactos da pandemia.
Rio questionava então se seria “sensato” fazê-lo naquele enquadramento de pandemia. António Costa, em resposta ao social-democrata, defendeu a necessidade de prosseguir “a trajetória de aumento do salário mínimo”.
“No presente em que o desemprego é enorme, em que a economia está a cair e a inflação é nula e negativa, qual o objetivo do Governo em aumentar o salário mínimo nacional? Fomentar o desemprego? Aumentar as falências?”, questionou Rui Rio num debate sobre o Plano de Recuperação Económica na Assembleia da República.
No, então, primeiro ano de pandemia, Rio apelava por sensatez para as empresas. “Acha sensato neste enquadramento e agora agravar os custos das empresas desta maneira?”, dizia o líder do PSD. Para Rio, o aumento do salário mínimo só faria sentido em situação de “desemprego baixo e com economia a crescer”. Costa defendia que “as empresas de futuro” não eram as “empresas de baixos salários”.
De referir que o presidente do PSD nunca se assumiu absolutamente contra a ideia do aumento do salário mínimo nacional, no entanto, defende que este aumento só deve acontecer em situação económica favorável do país. Defende, ainda, que se deve começar por aumentar o salário médio e só depois passar para o mínimo para enrobustecer a classe média no nosso país.
António Costa, em resposta a Rio que o acusou de mentir, partilhou na terça-feira um vídeo do adversário no qual o mesmo se assumia, em setembro de 2020, contra o salário mínimo nacional no contexto económico que o país atravessava.
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