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Bloco de Esquerda vai votar contra orçamento de Lisboa para 2022

O Bloco de Esquerda vai votar contra a proposta de orçamento para 2022 da Câmara de Lisboa, disse hoje a vereadora Beatriz Gomes Dias, que considerou que o documento é um "recuo" na "resposta à emergência climática".

Bloco de Esquerda vai votar contra orçamento de Lisboa para 2022
Notícias ao Minuto

22:25 - 20/01/22 por Lusa

Política Lisboa

"Tem medidas com as quais discordamos bastante e elas estão relacionadas com o recuo na política de resposta à emergência climática", disse à Lusa a única vereadora do BE na Câmara Municipal de Lisboa (CML).

Para o BE, o documento, "acima de tudo, não continua o caminho de alteração da mobilidade, de redução da emissão de gases com efeito de estufa, de alteração do paradigma da mobilidade deixando de dar a centralidade ao automóvel".

Beatriz Gomes Dias deu como exemplos o "desaparecimento dos programas" da CML, liderada por Carlos Moedas (PSD), das zonas de emissão reduzida (onde não podem circular carros mais poluentes) ou os descontos no estacionamento para residentes na cidade, que além de estimularem a utilização do carro em Lisboa, levarão a uma perda de receita na câmara de 2,5 milhões de euros.

As perdas de algumas receitas da CML são, aliás, outra das críticas apontadas pelo BE à proposta de orçamento da CML para 2022, juntando às do estacionamento, os 42 milhões de euros de IRS que serão devolvidos aos munícipes, uma medida que o Bloco considera só beneficiar quem tem mais rendimentos ao mesmo tempo que reduz recursos que poderiam ser direcionados para medidas sociais.

Beatriz Gomes Dias reiterou que a proposta de orçamento de Carlos Moedas foi feita "sem o diálogo que o presidente diz ser necessário, ou seja, sem consultar, sem conversar com os outros partidos".

"Foi construído exclusivamente com as medidas do programa eleitoral da direita e com algumas medidas que vêm de continuidade dos orçamentos anteriores, dos programas que estavam a ser executados na câmara", acrescentou a vereadora, para quem o resultado é um orçamento com "medidas contraditórias".

O voto do BE será contra, mas o partido reconhece algumas medidas positivas no documento, como o de instituir passes gratuitos nos transportes públicos para estudantes até aos 23 anos e maiores de 65.

Esta é uma proposta que segue uma que o BE apresentou em dezembro, mas que Carlos Moedas "não quis agendar" para debate e votação no executivo municipal, segundo a vereadora Beatriz Gomes Dias, que sublinhou que a iniciativa do seu partido contemplava também passes para desempregados e pessoas com deficiências.

A governar a cidade sem maioria absoluta, o executivo presidido por Carlos Moedas, com sete eleitos da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), vai conseguir viabilizar a proposta de orçamento, uma vez que os cinco vereadores do PS já anunciaram que se vão abster.

Além do BE, também anunciaram que vão votar contra os dois vereadores do PCP, a vereadora do Livre e a vereadora independente Paula Marques, que foi eleita na lista da coligação PS/Livre.

O executivo é ainda composto por sete eleitos pela coligação "Novos Tempos" (três do PSD, dois do CDS-PP e duas independentes), que são os únicos com pelouros atribuídos.

A proposta de orçamento para 2022 do executivo de Carlos Moedas prevê uma despesa de 1,16 mil milhões de euros para este ano e deveria ter sido votada hoje no executivo municipal, mas a reunião foi adiada, depois de o PS ter alertado para "um erro de 40 milhões de euros" que o vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), considerou tratar-se de "tentativa de criar confusão".

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