Chega aponta aumento de pensões como condição para viabilizar Governo
O líder do Chega afirmou que o aumento das pensões é uma condição para viabilizar um Governo de direita, recusando "repetir o que foi feito entre 2011 e 2015" no Governo PSD/CDS-PP.
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Política Legislativas
"O PSD deve saber isto para que não diga que foi ao engano: Nós não aceitaremos repetir o que foi feito entre 2011 e 2015 que é cortar milhões em pensões em Portugal. Um Governo de direita tem que aumentar pensões e não diminuir as miseráveis pensões em que vivem hoje os portugueses", afirmou na noite de terça-feira André Ventura, o presidente do partido de extrema-direita, num discurso no final de um jantar-comício em Aveiro.
Além das pensões, André Ventura defendeu como condições essenciais para viabilizar qualquer Governo a redução do IVA da eletricidade e o fim das portagens.
Sobre como acomodar todas essas medidas, o responsável do partido referiu que há "centenas de milhões" de euros que podem ser cortados em instituições e observatórios do Estado.
Se à tarde, antes da arruada em Aveiro, Ventura surgia com um tom conciliatório, perspetivando entendimentos à direita face ao debate televisivo na RTP no dia anterior, agora, perante os militantes, criticou todos os seus potenciais parceiros.
"Sem nós, a direita não conseguirá governar e bastava ver o desnorte em que se encontravam, porque continuam incapazes de falar das pessoas comuns", referiu.
Para o líder do Chega, CDS-PP, Iniciativa Liberal e PSD "tornaram-se partidos de alguns, de pequenas elites incapazes de falar para o cidadão comum".
No discurso, voltou a atacar a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerando que esta "passou todas as marcas" na terça-feira, ao ter ido ao Bairro da Jamaica, no Seixal, distrito de Setúbal, onde se encontrou com a família Coxi, que foi insultada por André Ventura, o que resultou numa condenação do presidente do Chega pelo Tribunal da Relação.
"As preocupações de Catarina Martins são a derrota de Ventura", protestou, para acusar o Bloco de Esquerda de só querer "votos e mais votos e não quererem saber de mais nada".
Apesar disso, pouco tempo depois, o discurso de Ventura centrava-se no apelo ao voto, frisando que "ninguém pode ficar em casa" e que chegou o momento do Chega definir a força que vai ter.
Ao longo de mais de 20 minutos, o presidente do partido de extrema-direita voltou também a falar de uma alegada "subsidiodependência", de Portugal ter a quinta gasolina mais cara do país e da elevada carga de impostos que os portugueses têm de suportar (apesar de Portugal, segundo o Instituto Nacional de Estatística, ter tido uma carga fiscal abaixo da média europeia em 2020).
"Estamos debaixo de fogo", queixou-se Ventura, durante o discurso, mas salientou que isso só dá "mais força" ao Chega.
"Nós somos como aqueles pugilistas, que à medida que levam mais, têm mais força. Nós somos uma espécie de Rocky Balboa do século XXI", disse, fazendo uma alusão à personagem fictícia do pugilista nascido no seio de uma família italo-americana, que cresceu num bairro pobre de Filadélfia, nos Estados Unidos.
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