"Se [o Bloco de Esquerda] conseguir ficar à frente do Chega, é uma derrota para o Chega, mas sobretudo para o país", disse André Ventura, antes do arranque de uma arruada em Aveiro.
André Ventura acredita que "um dos grandes problemas da direita" nos últimos dois anos e meio "foi a incapacidade de travar esse tipo de lutas", referindo que o Chega "esteve sozinho na rua contra a narrativa do racismo", a pedir "que se acabasse com esta ideia de que os portugueses são racistas".
"O Chega ficou sozinho à direita. Nem PSD, nem CDS-PP, nem Iniciativa Liberal se juntaram a isso", disse.
Essa "luta" deu votos ao partido de extrema-direita e as sondagens "indicam que as pessoas queriam que houvesse uma força assim e capaz de ter esta linguagem e falar diferente", notou André Ventura, que foi condenado pela Relação por ofensas ao direito à honra e ao direito à imagem, considerando os juízes que houve "uma vertente discriminatória em função da cor da pele e da situação socioeconómica" dos visados, uma família do Bairro da Jamaica, a quem o líder do Chega chamou de "bandidos".
"Eu acho que não somos um país racista. Continuo a achar que não somos um país racista", vincou, apesar de o inquérito European Social Survey publicado em 2020 referi que "62% dos portugueses manifestam racismo".
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