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Costa quer grandes empresas com mais mulheres em posições executivas

O secretário-geral do PS sublinhou hoje a necessidade de mais mulheres em "posições de direção" nas empresas, defendendo a implementação de um "referencial" de igualdade em funções executivas que seja alargado às "empresas de maior dimensão".

Costa quer grandes empresas com mais mulheres em posições executivas
Notícias ao Minuto

14:30 - 17/01/22 por Lusa

Política Legislativas

Falando no encontro "Continuar a avançar em igualdade", organizado pelas Mulheres Socialistas - Igualdade e Direitos, que decorreu hoje no Teatro Thalia, em Lisboa, António Costa considerou que a "questão da representação equilibrada de género nos postos de decisão ao nível das empresas é uma questão-chave" e defendeu que a presença de mais mulheres em funções executivas "mudará necessária e inevitavelmente a forma de organização das empresas" e o seu "quadro remuneratório".

"Nós temos que, relativamente às empresas cotadas, deixar de ter um referencial só para a administração em geral, e temos que alargar também para as funções executivas, e temos que sair das empresas meramente cotadas e alargar também para as empresas de maior dimensão. Esse é o caminho que nós temos que prosseguir", defendeu António Costa.

Segundo o também primeiro-ministro, existem "duas realidades muito claras": por um lado, o país fez "progressos na eliminação do 'gap' salarial entre homens e mulheres", estando hoje abaixo da média da União Europeia nessa matéria.

"Isso significa que estamos a andar no sentido certo, mas significa também que é necessário continuar a avançar até eliminar esse 'gap' porque esse 'gap' é absolutamente inaceitável. Não tenho a menor das dúvidas: nós eliminaremos tão rapidamente esse 'gap' quanto maior número de mulheres estiverem em posição de direção e de execução ao nível de cada empresa", frisou.

Costa sustentou também que "mais rapidamente" se chegará a uma melhor "conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional" quanto mais mulheres houver "em postos de decisão ao nível das empresas", dando o exemplo do que aconteceu na atividade política.

"Se nós nos lembrarmos de como é que era organizada a atividade política, os horários da atividade política há 20 anos e hoje em dia, há uma mudança radical e essa mudança assenta num elemento absolutamente central: é a maior feminização que hoje temos na atividade política e o facto também de haver uma maior partilha de funções dentro das famílias", disse.

António Costa abordou também a lei da paridade para indicar que, apesar de resistências iniciais a da ideia de que não poderia ser aplicada às autarquias, há hoje "uma grande evidência que é consensual para todos", segundo a qual "estas leis têm produzido efeitos concretos e têm vindo a alterar em concreto essas realidades".

"Começou-se pela Assembleia da República, e a verdade é que depois se passou para as Assembleias Municipais, para as Câmaras Municipais e já estamos nas freguesias, e esse é o caminho que naturalmente temos de seguir também ao nível das empresas", afirmou.

O secretário-geral do PS abordou também a agenda do trabalho digno para referir que "caducou com a dissolução da Assembleia da República", mas é "da maior importância para a proteção das mulheres".

"Porque aí sejamos objetivamente claros: a precariedade é um mal universal, mas, tal como em tudo, a desigualdade é sempre mais acentuada para alguns do que para outros (...) e as mulheres de facto estão mais desprotegidas, porque (...) o peso da feminização no salário mínimo, na precariedade do trabalho é muito acentuado", frisou.

Durante a sua intervenção, o secretário-geral socialista abordou também a semana de quatro dias de trabalho - uma proposta que, no programa eleitoral, o PS se compromete a ponderar para certos setores -, considerando que se trata de um "debate que é necessário fazer na sociedade portuguesa".

Reconhecendo que "não é uma coisa para amanhã" e que "não será possível seguramente em todos os setores", Costa deu o exemplo da Câmara Municipal de Mafra para referir que já pratica a semana de quatro dias "há muitos anos, de uma forma calma e tranquila".

"A verdade é que seria uma contribuição muito importante para a redução das emissões de CO2 e esse é um debate que temos de fazer serenamente, calmamente - não é legislando - mas é um tema que não pode deixar de estar na agenda da sociedade e sobre a qual não podemos deixar de refletir", afirmou.

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