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PS ou PSD, próximo Governo não será "estável" e haverá novas "eleições"

Marques Mendes usou o seu espaço de comentário para falar sobre as sondagens e como será um Governo futuro.

PS ou PSD, próximo Governo não será "estável" e haverá novas "eleições"
Notícias ao Minuto

23:44 - 16/01/22 por Notícias ao Minuto

Política Marques Mendes

Luís Marques Mendes recorreu, este domingo, ao seu espaço habitual de comentário, na SIC Notícias, para se debruçar sobre as sondagens e as opções de Governo futuras. "As sondagens apontam para dois dados: por um lado todas as sondagens apontam para uma vitória do Partido Socialista, neste momento, por outro está o número de indecisos que é muito grande", começou por dizer.

"Temos indecisos na ordem dos 20%" e, segundo o ex-líder do PSD, "o número de indecisos tem vindo a aumentar e não a diminuir", o que é "estranho". O comentador considera, por isso, que estas eleições "são as mais incertas e mais imprevisíveis dos últimos anos".

Marques Mendes considera que António Costa pode ter nestas eleições "um problema e uma vantagem". "O problema são os seis anos de governação, incluindo dois anos de pandemia, que valem por quatro", havendo, por isso, "um cansaço do poder", referiu, acrescentando que "a vantagem" é o voto útil que pode conseguir à esquerda: "pode ter mais voto útil à esquerda do que Rui Rio à direita".

No entanto, para o social-democrata, se António Costa e o Partido Socialista ganharem estas eleições, como as sondagens apontam, "é obra". "Se isso acontecer, com os graus de dificuldade que tem pela frente, não faz dele um génio político, mas é de se lhe tirar o chapéu", admitiu.

As dificuldades são, elencou Marques Mendes, primeiro os "seis anos de governação", que foram "exatamente o tempo que demoraram a cair Guterres e Sócrates e a situação agora é um bocadinho mais complicada porque houve uma pandemia", segundo "falhou a geringonça" e Costa "arranca para as eleições um bocadinho mais derrotado porque apostou num projeto que falhou". Em terceiro "tem um Governo que não é brilhante. Já nem Centeno tem. É um Governo unipessoal" e, por fim, a contradição de pedir "maioria absoluta", sobre a qual "disse durante anos cobras e lagartos".

No caso do Governo futuro, o conselheiro de Estado, começou por dar conta do que "não vamos ter". "Há três tipos de Governo que não vão ser possíveis: um de maioria absoluta, um bloco central ou de uma nova geringonça", sublinhou.

O cenário de 2015, de o PSD ganhar as eleições e o PS, segundo partido, formar governo "não é possível em 2022". "Se o PS ficar em segundo lugar, António Costa demite-se. O que significa que o partido durante meses vai estar sem líder em plenitude de funções. Ora, sem líder, não há um primeiro-ministro alternativo e sem isso não há um Governo alternativo", elaborou.

Caso o PSD ganhe as eleições e tenha mais deputados do que o PS, mesmo sem maioria à direita, "Rui Rio será empossado como primeiro-ministro e apresenta o seu programa de governo na Assembleia da República, três, quatro semanas depois das eleições". E se o Bloco de Esquerda ou o PCP apresentarem uma moção de rejeição "o PS vai abster-se". Porquê? "Porque naquela altura, o PS já não tem António Costa como líder, que estará demissionário, mas ainda não tem um novo líder, porque o processo de eleição interno leva uns três meses. Logo, Pedro Nuno Santos, que será eventualmente o sucessor, ainda não está eleito. Num momento dessa natureza, de votação no Parlamento, o PS ainda não tem um líder em pleno, logo não tem um primeiro-ministro em pleno e, por isso, também não tem um Governo alternativo".

"Que tipo de governo é que sobra? Um governo minoritário. Ou do PS ou do PSD, mas isso depende dos portugueses", constatou o comentador. "Quem tiver mais votos vai fazer um governo minoritário, provavelmente vai durar um ano e meio, dois anos, pode passar um orçamento ou dois", mas "temos um cenário de eleições novamente em 2024, portanto um governo de mais ou menos dois anos sem uma solução estável na Assembleia na República", rematou.

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