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PCP quer apurar responsáveis por condições de centros para sem-abrigo

O PCP pediu hoje que se apure de quem é a responsabilidade das condições em que funcionavam dois centros para sem-abrigo em Lisboa que a câmara municipal decidiu encerrar.

PCP quer apurar responsáveis por condições de centros para sem-abrigo
Notícias ao Minuto

19:32 - 22/12/21 por Lusa

Política Lisboa

O vereador comunista João Ferreira disse hoje, numa reunião do executivo camarário, que se esses centros tinham de facto "condições de salubridade que representavam uma ameaça para as pessoas que lá estavam", "há que apurar responsabilidades".

"Desde quando, por responsabilidade de quem, desta vereação, da vereação anterior?", questionou João Ferreira, que perguntou também sobre a capacidade de resposta a sem-abrigo na cidade perante o fecho destes dois espaços e num momento em que a situação social não tem "melhorias, pelo contrário".

O assunto foi também levado à reunião pela vereadora do BE Beatriz Gomes Dias, que pediu a reversão da decisão de encerrar os centros, considerando que "podem ser recuperados", que a situação de emergência que levou à sua abertura se mantém e que está em causa uma resposta "holística" a quem vive na rua, de alojamento, mas também de acompanhamento noutros níveis, com vista à integração destas pessoas no mercado de trabalho.

A vereadora dos Direitos Humanos e Sociais, Laurinda Alves (independente eleita na lista do presidente da autarquia, Carlos Moedas, do PSD) respondeu que a decisão de fechar os dois centros não será revertida e que "felizmente" a Câmara de Lisboa "sempre teve resposta e continua a ter resposta" para sem-abrigo e, neste caso concreto, há soluções melhores para as pessoas que estavam nos espaços agora considerados sem condições.

Segundo a vereadora, há neste momento 628 vagas para acolhimento de pessoas que vivem na rua em centros que estão a funcionar, apartamentos partilhados e terapêuticos e outros espaços de diversas instituições e entidades.

Laurinda Alves afirmou que não foram fechados centros de acolhimento, mas "espaços de emergência".

"O que fizemos foi dar boa sequência àquilo que vocês tinham feito bem durante o tempo de emergência e de improviso, e foi tudo bem feito, só tenho a louvar, a agradecer, porque depois nós pudemos dar a sequência, pegar nestas pessoas e pô-las em situação melhor", disse, dirigindo-se a Beatriz Gomes Dias e numa referência ao trabalho feito pelo executivo anterior da câmara (liderada pelo PS com um acordo de governação com o BE).

Em causa estão os centros de alojamento de emergência municipal (CAEM) Pousada da Juventude, no Parque das Nações, e a Casa dos Direitos Sociais, em Marvila.

Numa conferência de imprensa hoje de manhã, Laurinda Alves esclareceu que já está encerrado o centro instalado na Pousada da Juventude do Parque das Nações, cujo fecho já era pedido desde janeiro pela entidade gestora do espaço, onde os utentes eram "massacrados por percevejos e outras pragas".

Dois utentes mantêm-se no outro centro a encerrar, na Casa dos Direitos Sociais, mas estes têm já um plano de reencaminhamento, pelo que nos próximos dias a situação será resolvida.

Laurinda Alves destacou que nesta Casa dos Direitos Sociais estavam mais 22 utentes, já realojados.

Na Pousada da Juventude do Parque das Nações (com capacidade para mais de 50 pessoas), estavam 19 utentes que foram reencaminhados para outros espaços.

A vereadora salientou que na Pousada da Juventude do Parque das Nações "havia pragas, as desinfestações que eram feitas não eram suficientes", pelo que "as pessoas em situação de sem-abrigo já não tinham condições físicas, nem humanas, nem dignas para permanecer".

"Tinham chagas, eram massacradas por percevejos, por outras pragas", afirmou.

A Casa dos Direitos Sociais é um edifício preparado para dinâmicas de trabalho, "com salas e salinhas" onde as pessoas tinham reuniões, e onde as pessoas "dormiam em camas de campanha", sem casas de banho preparadas para "as condições de higiene e de saúde pública que era preciso", sublinhou.

Leia Também: Câmara de Lisboa já encerrou um dos centros de acolhimento de sem-abrigo

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