"Contrariamente ao disposto nos regulamentos propostos pela própria Direção Nacional e aprovados em Conselho Nacional, a Comissão Política Distrital não foi ouvida previamente, nem a sua proposta de lista foi alvo de debate", refere, em comunicado, o órgão político do CDS-PP de Castelo Branco.
Adianta ainda que apenas a cerca de 24 horas da realização do Conselho Nacional, o presidente da distrital de Castelo Branco, André Reis, foi informado pelo secretário-geral adjunto do CDS-PP "sobre factos consumados, nomeadamente sobre a imposição do presidente do partido e da sua comissão executiva de uma candidata cabeça-de-lista por este círculo eleitoral".
Na sequência desta informação, André Reis "contactou pessoalmente" com o presidente Francisco Rodrigues dos Santos e com a porta-voz do CDS-PP, Cecília Anacoreta Correia, no sentido de "tentar explanar os motivos" que levaram a Comissão Política Distrital de Castelo Branco a deliberar no sentido da lista proposta e "alertar de que seria um erro crasso, não atender às propostas da distrital".
Segundo a distrital centrista, o presidente do CDS-PP mostrou-se "irredutível" em relação às suas propostas.
Face à tomada de posição de Francisco Rodrigues dos Santos, a Comissão Política Distrital do CDS-PP de Castelo Branco "deliberou entrar em 'black-out' relacionado com a campanha eleitoral até dia 30 de janeiro de 2022, abstendo-se assim de participar ativamente na campanha eleitoral, bem como de declarar apoio à lista candidata, uma vez que a mesma não representa minimamente a vontade da distrital".
"Ressalva-se que não se trata de um movimento pessoal contra a candidata cabeça-de-lista [Maria Inês Amaral], (a quem desejamos a maior sorte possível) mas sim, de um protesto contra a forma surreal como o processo de designação de candidatos foi conduzido", lê-se na nota.
A distrital do CDS-PP de Castelo Branco sublinha ainda que tendo em conta que para além da cabeça-de-lista, todos os restantes candidatos foram indicados pela Direção Nacional do partido, "imputa-se a responsabilidade do resultado eleitoral" que vier a ser obtido exclusivamente ao presidente Francisco Rodrigues dos Santos e à sua comissão executiva.
Leia Também: CDS e IL consideram que falta "ímpeto reformista" a sociais-democratas
