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Odemira. "Cultura institucional" marcada pela violência é "preocupante"

Francisco Louçã sublinha que ato de violência é repetido e "é escandaloso por si próprio, pelo culto da violência" inerente.

Odemira. "Cultura institucional" marcada pela violência é "preocupante"
Notícias ao Minuto

23:08 - 17/12/21 por Notícias ao Minuto

Política Francisco Louçã

Francisco Louçã classificou, esta sexta-feira, os casos que têm marcado a atualidade como uma "má semana para a justiça e para as forças de segurança". No seu espaço de comentário na SIC Notícias, o antigo coordenador do Bloco de Esquerda recordou o caso do homicídio de Ihor Homeniuk às mãos do SEF para fazer referência ao "culto da violência". 

"Já tínhamos tido o assassinato do cidadão nas instalações do SEF, em Lisboa, e, agora, temos um ato de violência que é repetido e ele é escandaloso por si próprio, pelo culto da violência porque os agentes quiseram filmar a agressão para posteriormente a partilhar", sublinhou Louçã, acrescentando que, no caso de Odemira, há ainda a notar o facto de três dos militares da GNR serem reincidentes. 

"É uma reincidência com sequestro, violência, racismo e todo o tipo de ostentação da violência que é uma vergonha para os próprios, porque é um crime imperdoável", reforçou o economista.

Francisco Louçã afirmou ainda que, neste caso, é possível verificar "uma cultura institucional porque é uma repetição" e isso "é muito preocupante e tem vindo a crescer". "Esperemos agora que haja consequências", concluiu. 

Pinho? Não explica a origem do dinheiro 

Sobre a entrevista de Manuel Pinho, a primeira após a detenção, ao jornal Expresso, Francisco Louçã considerou-a "estranha" porque o antigo ministro sob pretexto de se justificar, não explica, no entanto, nada, opinou.

O antigo coordenador do Bloco de Esquerda refere que, perante esta situação, "é preocupante que se trate de uma investigação de decisões de há 13 ou 14 anos e que há 10 anos que estão a ser investigadas".

10 anos para uma investigação deste tipo é uma tragédia para a justiça portuguesa

Afirmou ainda Louçã que o excesso de prisão preventiva é sempre um risco: "Tenho sempre muito receio sobre o abuso da prisão preventiva em Portugal, porque é uma espécie de condenação antecipada”, apontou fazendo referência ao impacto que isso pode ter na opinião pública. 

Sobre o dinheiro na base da investigação foi perentório: "Ele diz que tendo recebido esse dinheiro, esse dinheiro é justificado mas não explica o que é que justifica esse dinheiro, sendo que as circunstâncias são espantosas… Poucos dias à volta da data em que se torna ministro, cria uma sociedade offshore no Panamá, que é gerida por uma sociedade offshore num outro paraíso fiscal, para receber 15 mil euros por mês do Banco Espírito Santo durante algum tempo. Qual é a justificação? Não nos diz". 

"Não sabemos se esse dinheiro é de corrupção, mas uma coisa sabemos: é que houve favorecimento sistemático e milionário à EDP", concluiu. 

Ainda sobre os casos de justiça que marcaram a semana, Louçã fez referência a João Rendeiro que é "outro dos grandes fracassos da justiça". 

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