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Candidatura de Rangel contribuiu para lançar "maioria reformista"

O deputado e ex-líder da JSD Pedro Rodrigues agradeceu esta quinta-feira a Paulo Rangel ter-se candidatado à liderança do PSD, considerando que, apesar da derrota, contribuiu para dar início a "uma maioria reformista do PSD".

Candidatura de Rangel contribuiu para lançar "maioria reformista"
Notícias ao Minuto

21:16 - 02/12/21 por Lusa

Política PSD

O eurodeputado assistia, na primeira fila e ao lado do também ex-candidato à liderança do PSD Miguel Pinto Luz, à apresentação do livro de Pedro Rodrigues, "Crónicas de um País que não se Governa e não se deixa Governar", que contou com a presença de outros deputados e antigos deputados do partido como Margarida Balseiro Lopes, António Leitão Amarão, Álvaro Almeida, Matos Rosa ou Pedro Pinto - todos apoiantes de Rangel - e de Carlos Eduardo Reis, apoiante do presidente Rui Rio.

Pedro Rodrigues expressou a Rangel "uma profunda gratidão" pela disponibilidade de se candidatar à liderança do PSD e pelo combate de "convicções, valores e princípios" que travou.

"Não tendo sido maioritário entre os militantes, contribuiu de forma decisiva para a reconciliação do PSD com a sociedade portuguesa, para a elevação do debate político e estou muito convencido que deu início àquilo que todos nós queremos oferecer ao PSD, que é uma maioria reformista liderada pelo PSD", afirmou.

"Como há dez anos, não nos resignámos a um país adiado e conformado", defendeu, numa referência à data de início da governação de Passos Coelho.

No final, Rangel escusou-se a responder aos jornalistas sobre este agradecimento lançado pelo autor do livro.

As diretas do PSD realizadas no passado sábado - que Rui Rio venceu com 52,4% dos votos - estiveram também presentes no discurso do ex-ministro Miguel Poiares Maduro, que foi o coordenador do programa eleitoral de Paulo Rangel, e um dos oradores que apresentou o livro.

"Até no contexto das diretas foi óbvia a mexicanização do regime: é curioso como todos os jornalistas perguntaram aos candidatos do PSD se estavam disponíveis para viabilizar um governo do PS e ninguém perguntou ao dr. António Costa se estava disponível para viabilizar um governo do PSD, se ele ganhar as eleições", criticou.

Para Poiares Maduro, tal prova que "no espaço mediático já está tão embrenhada a ideia da mexicanização do regime" que as eleições são encaradas "não como escolha entre duas alternativas para governar o país, mas para a escolha do parceiro do PS".

O antigo ministro de Passos expressou uma discordância com Pedro Rodrigues no posicionamento ideológico que defendem para o PSD, dizendo que o deputado considera que "a resposta e construção da alternativa passa por o PSD se assumir mais claramente como partido de direita".

"Não é a minha visão (...) O PSD não se deve embrenhar nessa quase autofágica discussão de qual é a sua verdadeira identidade política, deve permanecer bastante aberto e até com alguma ambiguidade", defendeu.

O também professor universitário defendeu, porém, que "essa ambiguidade ideológica não se traduza numa ambiguidade do projeto político alternativo que deve oferecer ao país".

Na apresentação do livro, que reúne crónicas de Pedro Rodrigues publicadas nos últimos anos na imprensa (jornal online Observador e semanário Novo), e tem prefácio do atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, o deputado apelou a um "sobressalto cívico" contra o conformismo que diz ter-se instalado em alguns setores da sociedade "com uma arrepiante indiferença das elites políticas".

"Não me conformo que fiquemos à espera dos decisores políticos para construirmos uma visão para o nosso futuro coletivo (...) Que fiquemos à espera de uma classe política que continua a encarar o mundo como se nada tivesse mudado nos últimos 50 anos. Que fiquemos à espera de uma classe política que persiste em proteger o sistema político e de partidos de forma a que se perpetuem no poder as mesmas práticas e os mesmos protagonistas", critica, na introdução do livro.

Pedro Rodrigues defende que "só alterando o paradigma de abordagem dos desafios e com novos protagonistas", é possível construir em Portugal "um projeto político centrado na afirmação da igualdade de oportunidades, na afirmação das liberdades dos cidadãos e na consolidação de uma classe média sólida e vibrante".

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