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CDS não está "à beira da irrelevância", mas esvaziamento político é risco

Para o antigo líder do partido, agora mergulhado em crise, a solução passaria por ouvir todos os antigos dirigentes, rejeitando contribuir para o clima de conflito interno que agora se faz sentir.

CDS não está "à beira da irrelevância", mas esvaziamento político é risco
Notícias ao Minuto

08:53 - 10/11/21 por Notícias ao Minuto

Política Manuel Monteiro

Foi líder do CDS entre 1992 e 1998, e de regresso, depois de o ter deixado há 19 anos, Manuel Monteiro considera, em entrevista ao Público, que o partido ainda não está “à beira da irrelevância parlamentar”, mas e para combater as lutas internas atuais, convidaria “para uma conversa todos os ex-líderes do partido”.

O CDS tem de se libertar de si próprio. E se o CDS não se souber libertar de si próprio e da sua circunstância atual, pode passar por um momento extraordinariamente difícil da sua vida”, diz, adiantando que aquilo que o preocupa “não é o esvaziamento eleitoral de um partido, é o esvaziamento político - porque o esvaziamento eleitoral é sempre conjuntural, o político pode ser estrutural”.

O antigo líder centrista salienta que não atira “qualquer pedra” aos militantes que decidiram abandonar o CDS, já que ele próprio o fez, preocupando-se sim com “o presente para o futuro”.

Nesse sentido, revela que teria realizado o congresso independentemente das circunstâncias atuais, convocando os antigos líderes “para uma conversa franca e leal, para que cada um de nós – independentemente do que nos juntou ou separou – pudéssemos dizer ao presidente do partido aquilo que entendemos”, ou, por outro lado, um Conselho Nacional com os ex-presidentes.

Manuel Monteiro sublinha, contudo, que todos cometeram erros no passado e que “o CDS chegou a 4% com dois líderes carismáticos, o professor Adriano Moreira e o professor Freitas do Amaral”. Neste sentido lança a questão, que, para si, é a mais importante para o partido: “Qual é o futuro da direita portuguesa e qual é, nesse futuro, o lugar dos conservadores portugueses?”.

“Se não soubermos sair deste atoleiro e dar uma imagem ao país para romper com o sistema e restaurar a democracia, salvando o regime, creio que é a direita toda que perde. O CDS é um pormenor, importante, mas é sempre um pormenor, como qualquer partido, na questão maior que é o regime e o país”

O democrata-cristão admite que Francisco Rodrigues dos Santos “tem razão quando diz que herdou um partido em circunstâncias difíceis”, acreditando, no entanto, que “todos aqueles que de uma forma leal e espontânea o apoiaram tinham uma expectativa talvez superior aquela que, entretanto, se veio a concretizar”.

Ainda assim, salienta que o importante é encarar o futuro, para demarcar o CDS num “espaço de conservadorismo democrático em Portugal”.

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