É este o melhor momento para eleições? "Inoportuno e irresponsável"
Depois da não aprovação do OE, do anúncio da dissolução do Parlamento e da convocação de eleições para dia 30 de janeiro, as últimas semanas na política portuguesa têm chamado a atenção dos países vizinhos. Desta vez foi o jornal espanhol El País que dedicou uma reportagem sobre os últimos acontecimentos.
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Política Crise política
A crise política em Portugal e a dissolução do Parlamento têm feito notícias não só por cá, mas também lá fora. Este domingo, é o espanhol El País que traz uma reportagem sobre as últimas semanas da tumultuosa vida política portuguesa.
Com o título "Portugal não esperava cair nesta nova crise", o jornal foi ouvir especialistas e analistas sobre os últimos acontecimentos, agora que o Presidente da República já estipulou uma data para a ida às urnas. A opinião é mais ou menos consensual: Este não é o melhor momento para eleições.
Ao jornal espanhol, a economista e analista política Maria João Marques considera que o facto de avançar as eleições “é inoportuno e irresponsável”.
"A aplicação dos fundos europeus pode ser adiada por falta de orçamento, e a incerteza política vai afetar a recuperação económica: haverá investimentos que serão adiados enquanto se aguarda o que vai acontecer, e neste Natal - que se esperava mais ou menos normal - não será como esperávamos", explica.
Maria João Marques diz mesmo que, em Portugal, "realiza-se um número absurdo de eleições". "É muito raro a legislatura terminar. E isso já acontece há 40 anos", indica.
António Costa Pinto, professor de Ciência Política da Universidade de Lisboa, vai mais longe e diz que a crise foi "uma surpresa para a população em geral".
"E para a direita, que acusou a esquerda de encenar a divisão, de fazer teatro. E para os eleitores de esquerda não é apenas uma surpresa, mas uma surpresa muito desagradável", considerou.
Em todo o caso, prever o que vai acontecer a 30 de janeiro é difícil. Como destaca aquele jornal, há sondagens que dão vitória ao PS, mas sem maioria absoluta.
A cientista política do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa Marina Costa Lobo não se atreve a apontar um resultado e prevê que a campanha vá ser decisiva.
Além disso, a taxa de abstenção continua a ser um problema.
Para o professor de Ciência Política Pedro Magalhães, é preciso fazer e olhar para os estudos. "Ainda é cedo para saber o que pensam os portugueses sobre as eleições", afirma.
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