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"Rui Rio não oferece estabilidade nem credibilidade" ao PSD

O candidato à presidência do PSD Paulo Rangel não compreende as mudanças de posição de Rui Rio.

"Rui Rio não oferece estabilidade nem credibilidade" ao PSD
Notícias ao Minuto

20:58 - 05/11/21 por Tomásia Sousa com Lusa

Política Paulo Rangel

O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel considera incompreensíveis as mudanças de posição de Rui Rio em relação à marcação das eleições diretas e acusou o adversário de não oferecer "estabilidade nem credibilidade ao partido".

"O dr. Rui Rio teve três posições num mês. Isto não oferece nem estabilidade nem credibilidade ao partido", afirmou, em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, explicando que Rio começou por defender as diretas "o mais depressa possível" - a 4 de dezembro -, depois ter apelado a que se refletisse se não deviam ser adiadas e passado as últimas semanas a defender o seu adiamento e, na quinta-feira, ter defendido numa entrevista à TVI tanto o adiamento como a redução dos prazos.

Ainda assim, Paulo Rangel disse que não se irá opor a qualquer antecipação, desde que seja possível juridicamente. 

"Se as diretas forem a 4 de dezembro e o Congresso entre 17 e 19 de dezembro é perfeitamente possível cumprir os prazos das legislativas. Estou aqui para trabalhar com qualquer prazo", assegurou.

Na última reunião do Conselho Nacional do PSD, há cerca de três semanas, as eleições diretas foram marcadas para 4 de dezembro e o Congresso para 14, 15 e 16 de janeiro.

O calendário aprovado tinha sido inicialmente proposto pela direção, mas, na véspera do Conselho Nacional e após alertas do Presidente da República de que poderia haver uma crise política, Rio apelou à suspensão da disputa interna para depois de se esclarecer se o Orçamento do Estado era ou não aprovado. A proposta acabaria rejeitada com 71 votos contra, 40 a favor e 4 abstenções.

Perante o 'chumbo' do Orçamento em 27 de outubro, mais de 60 conselheiros nacionais e dirigentes distritais fizeram um pedido de um Conselho Nacional extraordinário para antecipar o Congresso para entre 17 e 19 de dezembro, que mereceu o apoio de Paulo Rangel, e que deverá ser votado no sábado.

Adversário é António Costa e Rangel trabalha "para ser primeiro-ministro"

"Eu não estou aqui a debater pequenos remoques com o dr. Rui Rio. Eu não ando no Twitter a atacar ninguém", aponta Paulo Rangel. "Neste momento, o foco são os portugueses."
 
O eurodeputado garante que o seu adversário é agora o Partido Socialista e António Costa e diz que o voto no PS "é inútil".

"O voto no PS é hoje um voto inútil porque a solução da Geringonça se esgotou. Não é só um voto inútil como é um voto injusto", defendeu, questionando como estão hoje as urgências dos hospitais, a educação ou os transportes em Portugal. "Tudo isto é resultado de seis anos de política de António Costa com a sua Geringonça e de seis anos de irresponsabilidade do Partido Socialista."

Rangel promete, por isso, caso seja eleito líder do PSD, "construir uma alternativa que dê esperança aos portugueses".

Contudo, questionado sobre se viabilizaria um Governo do PS minoritário ou se aceitaria o apoio dos socialistas, o eurodeputado recusa trabalhar com cenários que não deêm maioria ao PSD.

"Há uma coisa que eu garanto aos militantes do PSD e aos portugueses: eu vou trabalhar para um cenário de uma maioria do PSD. Eu, se for líder do PSD, vou trabalhar para ser Primeiro-ministro", garantiu à estação de Paço de Arcos. "Eu vou trabalhar para o PSD liderar uma maioria estável no Parlamento."

"Sei que há outros que gostam de trabalhar em cenários, há pessoas que gostariam de ser vice-primeiros-ministros, eu quero ser primeiro-ministro", afirmou o eurodeputado, numa crítica implícita ao atual presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, que admite dialogar com o PS "em nome do interesse nacional", embora sem executivos de Bloco Central.

Rangel reiterou descartar governos "de Bloco Central e com o Chega" e, questionado se não é pouco prudente ser tão definitivo, contrapôs que "é preciso clareza" e lembrou que o socialista António Guterres liderou um governo minoritário durante quatro anos.

Não pense que vou apontar para um PSD que vai ficar em segundo lugar."

[Notícia atualizada às 21h30]

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