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Rio não responde a Rangel, mas avisa: "Não vou ficar calado sempre"

Presidente do PSD volta a defender que as eleições "deviam ser o mais depressa possível". Para "dar ajuda ao PSD", eleições teriam de ser, pelo menos, em abril, afirmou ainda. Sobre as declarações de Paulo Rangel, que o acusou de um ataque pessoal ao Presidente da República, prefere não responder por considerar ser "prejudicial", mas avisa que não vai ficar sempre calado.

Rio não responde a Rangel, mas avisa: "Não vou ficar calado sempre"
Notícias ao Minuto

17:15 - 04/11/21 por Melissa Lopes com Lusa

Política PSD

Rui Rio voltou a defender esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas no Parlamento, que as eleições antecipadas "deviam ser o mais depressa possível". "A partir do dia 9 de janeiro, quanto mais depressa possível", afirmou, a poucas horas de o Presidente comunicar ao país qual a sua decisão sobre a dissolução do Parlamento e a data do sufrágio. 

O líder do PSD lembrou que, "mesmo assim", olhando para o calendário, e considerando que o Governo tem três meses para apresentar um Orçamento do Estado, e que a proposta "anda na Assembleia quase dois meses", nunca teremos "antes de maio/junho" OE, "mesmo que [o processo] ande muito depressa". 

Questionado sobre o que pensa do 30 de janeiro como data para as eleições antecipadas, Rui Rio respondeu: "Não me parece nada. Já tive oportunidade de dizer no Conselho de Estado, já tive oportunidade de dizer ao Presidente da República diretamente nas audiências com os partidos, que o dia 16 é um dia equilibrado, talvez mais equilibrado que o 9, embora aí já fosse possível. Está dito". 

Assinalando que o que é dito no Conselho de Estado não é público, o presidente do PSD afirmou que "se houver vontade de dar uma ajuda ao PSD - não sei qual a palavra mais adequada -, para que o PSD possa ter eleições internas e que isso perturbe o mínimo as eleições legislativas, para que não seja tudo ao mesmo tempo, aí, [as eleições antecipadas] teriam de ser, pelo menos, em abril". Todavia, não lhe parece que essa seja uma solução. 

"Vamos aguardar o que o Presidente da República dirá hoje", atirou. 

Questionado sobre se aceitará qualquer que seja a data escolhida por Marcelo, Rio disse, entre risos: "Claro. Já imaginou se dissesse 'não aceito'?", não querendo pronunciar-se sobre leituras políticas a tirar sobre uma data que possa favorecer o candidato que disputa a liderança do partido, Paulo Rangel. 

Sobre as declarações de Rangel, que acusou Rio de ter feito um ataque pessoal ao PR, o líder do PSD não quis atirar mais lenha para a fogueira da disputa eleitoral interna, mas avisa que não ficará "calado" para sempre. 

"É por isso que tenho posto à reflexão dos militantes do PSD se podemos ter eleições internas ao mesmo tempo das legislativas. Ele atacou-me porque estamos em eleições internas. E agora atacava-o eu a ele. E vamos andar nisto numa campanha eleitoral até dezembro (...) Entretanto, António Costa e a Esquerda, alegremente, vão fazendo a sua campanha". "É por isso que não lhe vou responder", apesar de o poder fazer "com a maior das facilidades", disse. Não o faz por entender que "é prejudicial", mas lembra que "não vai ficar calado sempre" e que "vai ter de reagir". 

Crise política real pode influenciar Conselho Nacional 

O presidente do PSD sublinhou que vai insistir numa reflexão sobre uma disputa "ao mesmo tempo" de eleições internas e legislativas, no Conselho Nacional de sábado, admitindo que a crise política agora "real" pode influenciar alguns membros.

Rui Rio disse que, para lá do pedido de ponderação, não é provável que ele próprio apresente uma nova proposta formal de adiamento das diretas e Congresso para depois das legislativas - que foi chumbada no Conselho Nacional de 14 de outubro com 71 votos contra, 40 a favor e quatro abstenções, ainda antes do 'chumbo' do Orçamento do Estado para 2022 que conduzirá à dissolução do parlamento.

No entanto, Rio não rejeitou que essa proposta possa partir de outros conselheiros, dizendo que os mais de 100 que têm essa possibilidade enquanto membros eleitos "são livres" de o fazer, sem descartar um desfecho diferente.

"Da outra vez não acreditaram num cenário que eu estava a dar como provável - haver crise política e eleições antecipadas. Não acreditaram porque era um cenário, agora não há cenário nenhum, agora o problema está à frente de nós, é real, só não sabemos a data", afirmou.

Questionado se uma maior afluência de conselheiros poderá inverter o tom da reunião - que foi mudada de um hotel para o Centro de Congressos de Aveiro -, Rio não foi taxativo.

"Pode ditar uma maior ou menor afluência, pode ditar o facto de não haver cenários, mas situações concretas. Uma coisa não dita: que é fazerem aquilo que eu mandar fazer. Eu não mando no Conselho Nacional, nem tão pouco domino o Conselho Nacional, como já ficou visto no último, não controlo nem tenho de controlar, só controlo os meus argumentos", defendeu.

Questionado se manterá a sua recandidatura à liderança seja qual for o desfecho da reunião de sábado, Rio respondeu que "em princípio nada se alterará" nesse aspeto.

As eleições diretas para presidente da Comissão Política Nacional do PSD estão marcadas para 4 de dezembro (com uma eventual segunda volta no dia 11, caso nenhum dos candidatos obtenha mais de 50% dos votos, o que só poderá acontecer se existirem pelo menos três) e o 39.º Congresso agendado para entre 14 e 16 de janeiro no Centro de Congressos de Lisboa.

No próximo sábado, o Conselho Nacional do PSD reúne-se e tem na ordem de trabalhos uma proposta de conselheiros e dirigentes distritais que pretende antecipar a reunião magna para entre 17 e 19 de dezembro.

O prazo de pagamento de quotas termina em 17 de novembro e para apresentação de candidaturas em 22 do mesmo mês.

Leia Também: "Muito sereno e tranquilo", Rangel aceitará "qualquer decisão" de Marcelo

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