O Iniciativa Liberal foi o primeiro partido a ser ouvido pelo Presidente da República, que está, este sábado, a receber todos os partidos com assento parlamentar sobre a situação política que se vive no país.
Logo após o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, João Cotrim Figueiredo falou aos jornalistas, dando conta de que a audiência "teve apenas dois pontos" - a dissolução da Assembleia da República e a data das eleições antecipadas.
"Quanto à primeira, manifestámos ao sr. Presidente da República que o Parlamento deve ser dissolvido na medida em que já não há uma solução política estável que deste Parlamento possa sair e defendemos, como já fizemos publicamente anteriormente, que a data das eleições não deveria ocorrer antes de 30 de janeiro por motivos de interesse nacional", começou por dizer, acrescentando que "não só porque é uma eleição importante e difícil para boa parte das opções que os portugueses têm de tomar e isso não é compatível com uma campanha eleitoral demasiado curta e em cima da época natalícia".
Para o líder do partido, há ainda "a necessidade de um campo de jogo equilibrado entre todas as forças políticas que se venham a apresentar a sufrágio". O que significa, diz Cotrim Figueiredo, que "não só aqueles partidos que estejam em processo de alteração de liderança interna, mas também os que têm de tomar opções estratégicas importantes" precisam de tempo para se organizar.
Sobre estes últimos, o deputado deu o exemplo do Partido Socialista, que considera ter posto "claramente a fasquia na maioria absoluta", fasquia essa que o IL promete "combater com todas as forças". “Se o PS não conseguir a maioria absoluta não será António Costa o primeiro-ministro capaz de fazer pontes à esquerda", atirou, referindo ainda que também “cortou as que tinha à direita”, por isso o partido precisará de fazer agora uma reflexão.
“Por todos estes motivos, isso não é compatível com uma campanha com menos de quatro semanas de duração, entre a pré-campanha e a campanha eleitoral, e foi isso que dissemos ao Presidente da República”, rematou.
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