Sudão: PCP condena o golpe militar e solidariza-se com o povo sudanês
O Partido Comunista Português condenou hoje o golpe de Estado militar no Sudão e manifestou a sua "solidariedade para com as mobilizações populares que resistem às forças golpistas e aos seus planos antidemocráticos".
© Reuters
Política Sudão
"O PCP exige o fim da repressão sobre o povo sudanês e as forças democráticas, assim como a imediata libertação de todos os detidos", acrescenta um comunicado.
O partido liderado por Jerónimo de Sousa denuncia ainda "a ingerência do imperialismo no Sudão", sem especificar, e acrescenta que a mesma "visa assegurar o controlo e a exploração dos recursos naturais" do país e a sua "inserção" numa "estratégia de domínio desta importante região no continente africano".
O PCP "reafirma" ainda a sua "solidariedade para com o Partido Comunista Sudanês e a persistente e corajosa luta dos trabalhadores e do povo sudanês pelos seus direitos e liberdades fundamentais, pela democracia e o progresso social, pelo fim da ingerência do imperialismo".
A tomada do poder pelos militares na segunda-feira seguiu-se a semanas de crescente tensão política no país, intensificadas como uma tentativa de golpe de Estado em 21 de setembro.
Esforços de membros civis do Governo sudanês em reformar o setor da segurança no país geraram uma forte reação dos militares, inclusive do general Abdel Fattah al-Burhan, chefe das Forças Armadas sudanesas.
O oficial anunciou na segunda-feira através da televisão estatal do país a dissolução do Governo e do Conselho Soberano -- o mais alto órgão executivo do país --, a suspensão de vários pontos da carta constitucional aprovada em agosto de 2019 e que estabelece um roteiro para a realização de eleições, e a instauração do estado de emergência.
Nas primeiras horas de 25 de outubro, os militares prenderam pelo menos cinco ministros, bem como outros funcionários e líderes políticos, incluindo o primeiro-ministro Abdalla Hamdok.
Hamdok foi libertado na terça-feira ao final do dia, mas vários ministros e altos funcionários da administração sudanesa continuam detidos.
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