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CDS diz que Costa está "entre a espada e o muro" e "não tem como sair"

O líder parlamentar do CDS-PP considerou hoje que a "geringonça matou a geringonça" e que o primeiro-ministro está "entre a espada e o muro" quanto ao Orçamento do Estado, e "não tem como sair" desta situação.

CDS diz que Costa está "entre a espada e o muro" e "não tem como sair"
Notícias ao Minuto

16:59 - 26/10/21 por Lusa

Política OE2022

Intervindo no debate no parlamento de apreciação na generalidade da proposta de OE2022, Telmo Correia afirmou que, "aparentemente, a geringonça matou a geringonça" e apontou também que este debate "marca o fim de um ciclo e o fim de um modelo".

Na interpelação ao primeiro-ministro, o centrista disse que António Costa "está entre a espada e o muro e não tem como sair da situação em que se colocou".

"O senhor fechou-se e fechou-se dentro de uma espécie de casa assombrada, trancou-se lá dentro" e recusou "qualquer outra opção que não fosse a opção da geringonça", ironizou, considerando que é "muito assustador para o país".

E lamentou que o Governo "teve mais do que uma vez sinais" por parte de PSD e CDS-PP para dialogar, mas "recusou sempre" argumentado que "tinha parceiros estáveis e confiáveis" e uma "solução estável e coerente".

O líder parlamentar do CDS-PP considerou que nas últimas semanas o Governo "regateou medida a medida" com os parceiros preferenciais que ajudaram à viabilização de orçamentos nos últimos anos e entrou numa "barganha pública orçamental", mas desta vez "não tem solução nenhuma" para "sair do buraco onde se meteu".

"O senhor, nas últimas três semanas, comprou um bilhete para um comboio fantasma", depois de ter andado "a prometer tudo" ao PCP, criticou igualmente, lamentando as anunciadas mudanças à legislação laboral.

E defendeu que estes partidos "bateram com a porta na cara" do Governo, deixando Costa com "os dois pés no fundo do mar" e sem "solução nenhuma".

Telmo Correia questionou também o primeiro-ministro sobre os cenários possíveis em caso de eleições antecipadas e se vai repetir uma "maioria de esquerda".

Na resposta, António Costa salientou que "em democracia há sempre soluções" e garantiu que o Governo vai fazer "tudo o que estiver ao seu alcance" com vista à aprovação do Orçamento do Estado para 2022, até "ao último minuto".

"Vamos fazer tudo para negociar, para que possa ser aprovado, e veremos o que acontece", afirmou, defendendo que o Governo entregou "um bom orçamento" que "corresponde às necessidades do país".

No entanto, o chefe do executivo recusou um orçamento "a qualquer preço" porque "o país não suporta nem comporta qualquer preço para a aprovação do Orçamento do Estado".

"Não viramos a cara ao país, não viramos a cara às nossas responsabilidades", apontou, indicando que é isso que o Governo fará "quaisquer que sejam as circunstâncias".

"Quem sabe se temos de enfrentar também um país a ser gerido em duodécimos. Não sei, não o desejo, aquilo que desejo é que este debate corra bem, de uma forma construtiva e que, com responsabilidade, se encontre a forma de dotar o país do orçamento que o país precisa para 2022", frisou o primeiro-ministro.

António Costa criticou ainda que só PSD e CDS-PP "podem ficar contentes com o pré-anúncio de voto contra a este orçamento que PCP e BE fizeram".

Para o CDS-PP, este é "um mau orçamento", que "é mais socialista ainda do que orçamentos anteriores" e que "corresponde à herança de seis anos de geringonça".

Telmo Correia alertou que a proposta de OE2022 do Governo demonstra "um aumento significativo da dívida pública", um dos "piores salários médios da União Europeia" e é feito "contra as empresas".

Apontando que este orçamento também "não resolve questões da própria conjuntura", o deputado deu como exemplo o aumento do preço dos combustíveis, lamentando que o Governo tente resolver o problema "com uma promoção de trocos".

O líder parlamentar centrista criticou também que Portugal teve "uma quadra significativa do PIB" e "níveis de empobrecimento que não são aceitáveis" para um país europeu.

Leia Também: "Se amanhã não tiver OE aprovado é porque não quer", diz BE a Costa

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