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BE tece críticas e insta PSD a dizer o que fará se Moreira for condenado

O vereador eleito pelo BE no Porto criticou hoje o acordo de governação entre o movimento Rui Moreira e o PSD, instando os sociais-democratas a explicar o que farão se o independente for condenado no caso Selminho.

BE tece críticas e insta PSD a dizer o que fará se Moreira for condenado
Notícias ao Minuto

14:48 - 14/10/21 por Lusa

Política Autárquicas

"A direita fez uma guerra de alecrim e manjerona durante a campanha para agora se juntar pelo modelo de cidade negócio que afinal - como sempre dissemos -- partilha. Nada de novo, portanto, e nada que não tenha acontecido nos mandatos anteriores de Rui Moreira: total ausência de oposição por parte do PSD", defendeu Sérgio Aires, numa declaração escrita à Lusa.

O cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara do Porto nas eleições de 26 de setembro, lembra que o líder do PSD, Rui Rio, prometeu, aliás, "banhos de ética", mas agora "não há uma explicação do PSD sobre o que fará se Rui Moreira for condenado no caso Selminho", no qual é suspeito de favorecer a imobiliária da família, da qual também era sócio.

Na quarta-feira, em comunicado, o movimento do independente Rui Moreira "Aqui Há Porto" avançou que o PSD, "respeitando o princípio de que quem ganha as eleições autárquicas governa", mostrou-se disponível para apoiar uma solução de governação que incorpore algumas das principais propostas para a cidade.

A redução da carga fiscal, a transferência de competências para as freguesias, a mobilidade, a criação de uma rede de creches e a redução da fatura da água são algumas das propostas que unem o PSD e o movimento independente, depois de uma "reflexão no sentido de construir uma solução de governabilidade para a cidade" nos próximos quatro anos.

Sobre estas medidas, Sérgio Aires questiona-se sobre os seus impactos reais e pergunta quem vão beneficiar.

O primeiro vereador eleito pelo BE no Porto considera, por exemplo, que a redução da carga fiscal "é uma medida inócua para as e os portuenses (mais dinheiro no bolso de quem?)", e avisa que a transferência de competências para as freguesias será uma medida "igualmente vazia se não for acompanhada das verbas que as juntas têm reivindicado e que o Bloco de Esquerda tem defendido".

Em matéria de mobilidade, Sérgio Aires acusa o PSD de estar do lado oposto de quem luta pela redução da utilização do automóvel e pelo combate às alterações climáticas.

Diz ainda que a promessa eleitoral do PSD de ter uma creche em cada freguesia "fica aquém das reais necessidades da cidade", que "sem soluções transversais não será o suficiente para trazer as pessoas de volta ao Porto".

Sérgio Aires afirma ainda "ser curioso" que Rui Moreira, "por uma questão de xadrez político", se mostre agora disponível para reduzir a fatura da água, quando recusou, durante os últimos quatro anos, implementar a recomendação que o Bloco fez aprovar em Assembleia Municipal.

"A aliança da direita só vem reforçar aquela que sempre foi a posição clara e transparente do Bloco: ser uma força de oposição no Porto e lutar pela construção de outro modelo de cidade", rematou.

No âmbito do acordo de governação, o PSD não terá representação nos pelouros do executivo, nem nas empresas municipais.

No entanto, na Assembleia Municipal, o PSD irá apresentar a candidatura de Sebastião Feyo de Azevedo, antigo reitor da Universidade do Porto, a presidente da mesa, e esta será subscrita e apoiada pelo Movimento "Aqui Há Porto".

A mesa da Assembleia Municipal do Porto foi durante os últimos dois mandatos presidida por Miguel Pereira Leite, do movimento independente, que não será recandidato ao cargo.

Sem maioria absoluta no executivo, o independente Rui Moreira foi reeleito presidente da Câmara do Porto, tendo o Bloco de Esquerda (BE) eleito, pela primeira vez, um vereador, enquanto o PS perdeu um e o PSD duplicou o mandato de 2017, elegendo dois.

Leia Também: Rui Moreira e PSD estabelecem acordo de governação

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