CDU/Porto. Acordo de governação mostra que Rui Moreira "não olha a meios"
A CDU/Porto considerou hoje que o acordo de governação entre o movimento de Rui Moreira e o PSD não assegura estabilidade, demonstrando que o independente "não olha a meios para atingir os fins" e expondo a "incoerência" dos sociais-democratas.
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Política Autárquicas
Em comunicado, a coligação PCP/PEV refere que, no seu entender, o acordo estabelecido tem por agora apenas um dado concreto: a apresentação da candidatura de Sebastião Feyo de Azevedo à presidência da Assembleia Municipal do Porto, com o apoio do Movimento de Rui Moreira, bem como a garantia da aprovação do Orçamento Municipal para 2022 por parte do PSD.
Para a CDU, este facto demonstra, por um lado, "a completa incoerência do PSD que, ainda há semanas, 'jurava' a sua oposição a Rui Moreira, tendo o próprio Rui Rio considerado que seria 'muito mau' que este deixasse a Câmara Municipal do Porto pela 'porta pequena' devido ao processo Selminho e que 'estava feito com o PS'".
"Por outro lado, acrescenta, mostra como Rui Moreira não hesita, mais uma vez, em fazer cair, desamparados, os seus apoiantes (veja-se o que se passou com Daniel Bessa e o PS no mandato anterior, com o seu diretor da campanha de 2017, Nuno Botelho, com o seu Chefe de Gabinete, Nuno Santos, com os vários presidentes de junta de freguesia, com a 1.ª Secretária da Mesa da Assembleia Municipal, Paula Ribeiro de Faria)".
Efetivamente, acrescenta a CDU, "a forma como agora 'descarta' o presidente da Assembleia Municipal", Miguel Pereira Leite, "mostra que, afinal, o 'independente' Rui Moreira não olha a meios para atingir os seus fins".
Segundo a CDU, "este é um sério aviso ao CDS, nitidamente despromovido relativamente ao agora parceiro PSD".
A coligação refere também que este acordo, "longe de garantir estabilidade, vai acentuar as divisões no interior do Movimento de Rui Moreira e do PSD, cujas consequências se constatarão mais cedo ou mais tarde".
"A CDU considera, também, que este 'acordo' não é positivo para a cidade e a sua população, permitindo a Rui Moreira manter as características mais negativas da sua governação, tão criticada pelo PSD", lê-se no comunicado.
Em declarações à Lusa, a reeleita vereadora da CDU para a Câmara do Porto, Ilda Figueiredo, considerou hoje que o acordo de governação entre o movimento do independente Rui Moreira e o PSD para os próximos quatro anos é "contraditório" e não assegura estabilidade.
Para a vereadora, também a posição do PSD é contraditória, indo mesmo ao "arrepio" do que foi afirmado ao longo de toda a campanha eleitoral pelas duas forças políticas.
"[O PSD] andou toda a campanha a dizer que não fazia nenhum acordo, com [o líder] Rui Rio até a acusar de muita coisa Rui Moreira, incluindo em torno da questão da Selminho e da possibilidade de ser condenado no processo e não poder continuar a assumir a posição de presidente, e agora aparece aqui este acordo ao arrepio de tudo o que disse na campanha eleitoral", observou, reiterando que tal não significa "que a estabilidade esteja garantida".
Salientando que desconhece em concreto os termos do acordo para lá do que foi anunciado pelas duas forças políticas, Ilda Figueiredo admite que o acordo terá "repercussões", mas assegurou que a CDU vai continuar a bater-se pela defesa das populações.
Na quarta-feira, em comunicado, o movimento do independente Rui Moreira "Aqui Há Porto" avançou que o PSD mostrou-se disponível para apoiar uma solução que incorpore algumas das principais propostas para a cidade.
O PSD não terá representação nos pelouros do executivo, nem nas empresas municipais. No entanto, na Assembleia Municipal, o PSD irá apresentar a candidatura de Sebastião Feyo de Azevedo, antigo reitor da Universidade do Porto, como candidato a presidente da mesa, candidatura que será subscrita e apoiada pelo "Movimento Aqui Há Porto".
Segundo os dados divulgados na noite eleitoral pelo Ministério da Administração Interna (MAI), o movimento independente "Rui Moreira: Aqui Há Porto!" obteve 40,72% dos votos, elegendo seis vereadores, não tendo conseguido a maioria absoluta conquistada nas autárquicas de 2017.
Além dos seis mandatos do movimento independente, o executivo municipal será composto por três vereadores do PS, dois do PSD, um da CDU e outro do Bloco de Esquerda.
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