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Líder do CDS justifica antecipação do congresso por causa de legislativas

O presidente do CDS-PP justificou hoje a antecipação do congresso defendendo que o partido não pode perder tempo "em guerras internas" e tem de preparar as eleições legislativas, e considerou que os opositores "estão em campanha há muito tempo".

Líder do CDS justifica antecipação do congresso por causa de legislativas
Notícias ao Minuto

12:56 - 10/10/21 por Lusa

Política CDS

Numa declaração aos jornalistas na sede do CDS, em Lisboa, depois de se dirigir ao Conselho Nacional, que está hoje reunido à porta fechada por videoconferência, Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado sobre as críticas do candidato à liderança Nuno Melo, que falou em falta de democraticidade interna da direção ao propor a antecipação do 29.º congresso para o final de novembro.

"Todos aqueles que se assumem portistas, que se dizem fiéis sucessores de Paulo Portas, hoje criticam por usar rigorosamente a mesma fórmula que Paulo Portas usou quando era presidente do partido", afirmou, acusando os críticos de "discrepância e incoerência" no discurso.

Considerando que se tem "criado artificialmente uma divisão entre portistas e não portistas", Rodrigues dos Santos disse sentir-se "mais próximo de Paulo Portas do que aqueles que se apregoam portistas".

O líder, e recandidato, respondeu que decidiu "antecipar este congresso precisamente com os mesmos motivos" do antigo presidente, argumentando que "quatro meses é muito tempo em política".

"Não podemos desperdiçá-lo em guerras internas, temos que preparar o partido para o próximo ciclo político que tem pela frente, que são as eleições legislativas e levar a marca do CDS ao Governo de Portugal", considerou.

Francisco Rodrigues dos Santos recusou também retirar espaço aos opositores internos, e afirmou que "estão em campanha há muito tempo".

"Eu estive em campanha pelo país só com um único propósito, fazer com que o CDS saísse mais forte e maior em urnas das eleições autárquicas, mas cruzei-me com muita gente que em vez de estar a fazer campanha pelo nosso partido, esteve a fazer campanha para o congresso", criticou.

Apontando que seus opositores estão a fazer campanha para o derrotarem no congresso desde o dia em que foi eleito, em janeiro do ano passado, disse que "não será certamente por falta de tempo, de disponibilidade e de meios que não farão oposição e não tentarão" derrubá-lo como líder do partido.

"Esse argumento para mim não colhe", considerou.

Sobre os resultados nas eleições autárquicas, o líder centrista afirmou que, do ponto de vista dos critérios que definiu, como manter a liderança das seis câmaras, conquistar municípios à esquerda em coligação e eleger mais autarcas, "todos foram atingidos e superados", o que levou o líder a falar no "melhor resultado das últimas décadas".

Indicando estar "muito confortável com os resultados que o partido teve", o democrata-cristão recusou "faltar à verdade e aos factos".

"Eu nunca falei em percentagem de votos nem número de votos, falei sempre em objetivo de exercício do poder, e isto foi alcançado", defendeu, falando num "ritmo de crescimento" face às últimas autárquicas, em 2017, e voltando a citar "a fórmula" de Paulo Portas, que deixou a presidência do CDS-PP em 2016, para dizer que o CDS deve contar autarcas eleitos e não percentagens.

O presidente criticou ainda a "tortura de números" e "contabilidade criativa" por parte da oposição.

Francisco Rodrigues dos Santos afirmou também não perceber "como é que a equipa do Nuno Melo [que contestou os resultados apresentados pelo líder] consegue ter dados e apurá-los antes da direção do partido" e apontou que "seria bom" que o opositor "pudesse provar os números dos autarcas eleitos em 2017", indicando que a secretaria-geral encontrou "muitas irregularidades em mandatos que são dados como sendo do CDS que não correspondem".

O Conselho Nacional do CDS-PP está reunido por videoconferência e à porta fechada desde cerca das 11h00, para analisar os resultados das eleições autárquicas e marcar o 29.º congresso do partido, que será antecipado, e deverá realizar-se em 27 e 28 de novembro.

As reuniões magnas centristas decorrem de dois em dois anos e se esta acontecesse na data prevista seria no final de janeiro ou início de fevereiro de 2022.

Leia Também: Direção do CDS propõe que congresso se realize em 27 e 28 de novembro

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