"Julgaram que eu não valia a pena, acho que me subestimaram"
O novo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, foi entrevistado pelo jornal espanhol El País.
© Getty Images
Política Carlos Moedas
O ex-comissário europeu Carlos Moedas, que conquistou a autarquia de Lisboa, pelos social-democratas, no dia 26 de setembro, ao fim de 14 anos de governação socialista, deu uma entrevista ao jornal espanhol El País, esta segunda-feira.
Na peça, assinada por Tereixa Constenla, a jornalista começa por salientar que “Carlos Moedas foi o único que acreditou (e às vezes duvidou) em Carlos Moedas”. A liderança de Lisboa, tal como recorda, “foi a grande surpresa das eleições autárquicas portuguesas”, realizadas há uma semana, e deu uma enorme alegria ao “dilacerado PSD”.
Recorda o El País que a eleição de Moedas, de 51 anos, natural de Beja, foi tão surpreendente que nenhuma sondagem lhe tinha dado a vitória e nenhuma estação de televisão esteve presente no seu último comício.
“Julgaram que eu não valia a pena, acho que me subestimaram. Acredito que os eleitores querem pessoas diferentes na política e eu represento essa mudança. Não quero dar um golpe baixo no adversário, mas sim oferecer ideias e conteúdos”, realçou Carlos Moedas.
Durante a entrevista, o presidente da Câmara de Lisboa eleito fez ainda questão de reiterar o seu desagrado para com o crescimento do populismo e de reiterar que nunca faria “alianças” com partidos que alinham com essa postura.
“A minha primeira condição para ser eleito era não fazer alianças com populistas porque não gosto destes partidos. O populismo está a matar a democracia. Os extremos não me interessam, sejam da esquerda ou de direita”, sublinhou, acrescentando que governar em minoria não o assusta.
“Já falei com todos [PS, CDU e BE] por telefone e o que tenho ouvido é que estamos aqui para fazer o que é melhor para a cidade. Muitas das minhas medidas não são ideológicas, têm apoio”, explicou, recordando que, em Bruxelas, administrou um programa de Ciências com o apoio da Esquerda. “Tenho a capacidade de construir pontes de uma forma que sempre funcionou bem”, concretizou.
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