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A vitória-surpresa do PSD e direita em Lisboa, PS ganha no país

A noite eleitoral de domingo foi longa, com suspense até ao fim e uma surpresa chamada Carlos Moedas na maior câmara do país, Lisboa, que fez sombra à vitória do PS a nível nacional.

A vitória-surpresa do PSD e direita em Lisboa, PS ganha no país
Notícias ao Minuto

05:08 - 27/09/21 por Lusa

Política Autárquicas

Só cerca das 02:00 se revelou o desfecho, quando o socialista Fernando Medina (PS e Livre) assumiu a derrota numa sala onde estava o ex-autarca de Lisboa e secretário-geral do PS, António Costa, que, minutos antes, no Largo do Rato, reclamou a vitória nacional dos socialistas com 150 presidências de câmara.

O PS venceu pela terceira vez consecutiva em autárquicas, mas aquém do resultado de 2017, sublinhou Costa, que tentou desvalorizar a derrota na capital, dizendo que "o país não é Lisboa".

Ao ambiente frio na sede do PS e de Medina contrastou com a alegria com que foi recebido, na sala de hotel, em Lisboa, o ex-comissário europeu do PSD que vai governar, em minoria, a câmara de Lisboa, à frente de uma coligação com CDS, Aliança, MPT e PPM.

No discurso da vitória, Carlos Moedas afirmou ter vencido "contra tudo e contra todos", porque "a democracia não tem dono".

A seu lado, na hora da festa, estiveram os líderes dos dois principais partidos que o apoiaram, Rui Rio, do PSD, e Francisco Rodrigues dos Santos, do CDS-PP. Um e outro, reivindicaram bons resultados na noite da eleição.

Em clima festivo, Rui Rio admitiu que foi um "excelente resultado" e que o partido está em "melhores condições" de vencer as próximas legislativas, mas sem querer confirmar que é recandidato à liderança dos sociais-democratas.

À hora a que falava aos jornalistas, o PSD tinha recuperado 31 concelhos que não liderava em 2017 e perdeu 15, o que, disse, "é melhor que em 2017 e é melhor que em 2013."

Às 03:00, o PSD, sozinho, registava vitórias em 71 municípios, a que se somavam outras 38 em coligação, num total de 109 concelhos.

Francisco Rodrigues dos Santos sustentou que os resultados eleitorais alcançados no seu mandato "falam por si" e mostrou-se esperançoso que daqui para a frente possam "dar valor ao trabalho que tem vindo a ser feito".

Em aliança com o PSD em vários concelhos, o CDS venceu em cinco câmaras, menos uma do que em 2017.

O suspense marcou a noite eleitoral desde as 21:00 de domingo e das sondagens à boca das urnas que davam um empate entre Fernando Medina e Carlos Moedas, com a derrota do PS em Coimbra, para uma aliança do PSD à direita liderada por José Manuel Silva, e na Figueira da Foz, recuperada pelo ex-presidente Pedro Santana Lopes.

E à esquerda, a CDU, coligação liderada pelo PCP, não conseguiu o "assalto" a Almada, o concelho que se tornou socialista em 2017 e vai continuar a sê-lo.

Os resultados finais ditaram outras perdas dos comunistas, como Mora, Montemor-o-Novo, Alvito e Loures para o PS, e também Vila Viçosa. Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, assumiu que os resultados ficaram "aquém dos objetivos colocados" e que a CDU tinha "muito para avaliar".

Quanto ao Bloco de Esquerda, continuou sem ganhar qualquer câmara municipal, conseguindo eleger vereadores. Já perto das 05:00, ficou confirmada a eleição de um vereador em Lisboa e outro na autarquia do Porto.

Em Coimbra, o PS perdeu a câmara para José Manuel Silva, da coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/NC/PPM/A/RIR/VP), enquanto a pouco quilómetros, na Figueira da Foz, os socialistas também perderam a câmara para Pedro Santana Lopes, ex-autarca e antigo primeiro-ministro, que derrotou o candidato do partido que liderou, do PSD.

A norte, a lista de independentes de Rui Moreira venceu, mas perdeu a maioria absoluta, numas eleições em que PS e PSD ficaram muito longe do atual presidente da câmara.

Dos partidos com assento parlamentar, o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) falhou domingo o objetivo de eleger vereação em câmaras.

O Chega conseguiu eleger 19 vereadores, obteve 205 mil votos e a Iniciativa Liberal não conseguiu eleger vereadores e recolheu 63 mil votos.

No balanço das capitais de distrito e nas regiões autónomas, o PSD lidera em nove dos 18 distritos, a começar pela capital, Lisboa, no Funchal, Madeira, que ganhou ao PS, e em Ponta Delgada, Açores, que se mantém laranja.

O PS consegue seis capitais de distrito, a CDU duas e há apenas uma liderada por uma lista de independentes, Rui Moreira, no Porto.

Mais de 9,3 milhões de eleitores podiam votar no domingo nas autárquicas, às quais se apresentaram mais de duas dezenas de partidos e mais de 60 grupos de cidadão

Nestas eleições, a abstenção continuou alta -- 46,3%, quando estão contados 99,5% dos votos, às 04:45.

Leia Também: Moedas 'conquistou' Lisboa ao PS. Os resultados das autárquicas em Lisboa

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