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Insistência do Governo na linha circular "é recuo na mobilidade"

A candidata do BE à presidência da Câmara de Lisboa nas autárquicas, Beatriz Gomes Dias, considerou hoje que a insistência do Governo no projeto da linha circular Amarela é um recuo face às necessidades de mobilidade na cidade.

Insistência do Governo na linha circular "é recuo na mobilidade"
Notícias ao Minuto

12:48 - 22/09/21 por Lusa

Política Autárquicas

"A insistência na linha circular e a prioridade que é dada à linha circular é um recuo face às necessidades de mobilidade de Lisboa. Precisamos de avançar, tornando o metro mais espalhado e não concentrado, precisamos de mais linhas", disse a candidata no final de uma viagem entre a estação da Ameixoeira e o Campo Grande, na linha Amarela.

Segundo Beatriz Gomes Dias, há que levar o metropolitano a Alcântara ou Ajuda, porque estão "muito distantes do centro da cidade", não por o serem fisicamente, mas por "não terem um transporte que permita acesso rápido ao centro".

Naquele em que é assinalado o Dia Internacional da Mobilidade, a candidata bloquista lembrou que se trata de "um dia simbólico", no qual pretende discutir como se pode transformar a mobilidade nas cidades e como torná-la mais acessível.

Para a candidata "mudar radicalmente" a mobilidade na cidade é um dos objetivos e insistir na linha circular é um recuo face à alteração já conseguida, reiterou.

"As pessoas que hoje se podem deslocar de metro da Ameixoeira ao Rato, de um dos extremos da cidade até ao centro, podem fazê-lo numa única viagem e rapidamente. Com esta alteração da linha circular tem de fazer um transbordo aqui no Campo Grande, tem de sair no metro ou continuar para Telheiras", disse a candidata.

No cais no Campo Grande, depois de uma curta viagem, Beatriz Gomes Dias avançou aos jornalistas que a solução defendida pelo Governo da linha circular "vai introduzir mais tempo nas viagens", sublinhando que irá alterar os "avanços na mobilidade conquistados".

"Somos da opinião de que não deve ser esta a solução, deve-se prolongar o metro a zonas onde não existe, a expansão deve trazer esta forma de transporte a outras zonas da cidade", reiterou.

Segundo a candidata, as dificuldades que serão introduzidas e o tempo, podem levar algumas pessoas que tinham optado por deixar de usar o carro, por terem a opção metropolitano, voltarem ao automóvel.

"As pessoas precisam de se deslocar com facilidade, para levar crianças à escola, para trabalho e lazer. Estas dificuldades podem ter o efeito inverso que nós pretendemos que é diminuir o número de carros a entrar na cidade", salientou.

O projeto da linha circular Amarela prevê a criação de um anel envolvente da zona central da cidade, com a abertura de duas novas estações: Estrela e Santos.

A linha circular vai ligar a estação do Cais do Sodré (linha Verde) à do Rato (linha Amarela).

Beatriz Gomes Dias foi abordada na plataforma do metro por um autodenominado "homem do povo", que criticou a opção do Governo na criação da linha circular, referindo que os "25 milhões que vão ser gastos num viaduto deviam antes ir para a construção de 200 metros de linha entre Telheiras e o Colégio Militar".

Numa breve troca de palavras, o cidadão, que não se quis identificar, frisou que os utentes do metro "não têm a noção do que vai acontecer", lembrando que, aquando de um protesto no local para chamar a atenção, "estiveram apenas 50 pessoas, quando milhares vão ser atingidas".

O programa eleitoral do BE tem cinco eixos fundamentais: combate à crise social e à crise económica, garantir habitação a preços acessíveis, responder à emergência climática, transportes e mobilidade, e cultura.

Outra das propostas de Beatriz Gomes Dias é um plano em três fases para tornar os transportes públicos gratuitos na cidade, começando pelos desempregados e as carreiras de bairro, em 2021, os menores de 18 anos, os maiores de 65 e os estudantes do ensino superior em 2022 e o resto da população numa fase seguinte.

A Câmara de Lisboa é atualmente composta por oito eleitos pelo PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é Muita Gente), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.

Na corrida à presidência da autarquia estão, além de Beatriz Gomes Dias, o atual presidente da câmara, Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt Portugal), Ossanda Líber (Movimento Somos Todos Lisboa), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!), Bruno Fialho (PDR) e João Patrocínio (Ergue-te).

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