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Sérgio Aires denuncia "perversão" do uso de fundos comunitários no Porto

O candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara Municipal do Porto Sérgio Aires alertou hoje para a "perversão do financiamento e do uso dos fundos comunitários" na cidade, que têm servido para "financiar multinacionais".

Sérgio Aires denuncia "perversão" do uso de fundos comunitários no Porto
Notícias ao Minuto

14:22 - 18/09/21 por Lusa

Política Autárquicas

Sérgio Aires destacou que os fundos comunitários têm sido "utilizados para financiar privados sob o subterfúgio de que se está a recuperar património", quando "podiam ser dirigidos para outros financiamentos mais urgentes, para o bem-estar da população, que, de resto, é para o que eles são criados".

O candidato falava depois de um périplo pelas ruas da baixa do Porto, em que uma pequena comitiva do BE, em que esteve presente o eurodeputado José Gusmão, e os jornalistas foram guiados por uma série de investimentos privados, em particular hotéis que tiveram apoios comunitários.

"Estamos aqui a perverter um bocadinho a lógica da ideia do investimento e do financiamento, do apoio à economia e às Pequenas e Médias Empresas [PME] quando, na realidade, estamos a financiar multinacionais que de pequenas e médias empresas não têm coisa nenhuma. Há aqui uma perversão do financiamento e do uso do fundo comunitário, que são fundos públicos, porque são fundos da União Europeia e são fundos de todos nós", considerou.

Questionado sobre os usos que essas verbas deviam ter, o independente que encabeça a lista do BE ao município referiu que "o investimento na economia local é claramente uma prioridade, e é uma prioridade particularmente quando, neste momento, e depois de toda esta gentrificação da cidade e da monocultura do turismo, os comerciantes locais estão desesperados", acrescentando que "a ideia de que se estava a ajudar o comércio local é uma ficção".

O candidato criticou a "concentração de hotéis, que, inclusivamente, é desaconselhada mesmo pelas melhores práticas de turismo em todo lado", e reiterou que "o investimento que é feito aqui por multinacionais, por fundos imobiliários, não beneficiam em nada" a cidade.

"Se assim fosse, não estaríamos com o problema de habitação que temos, o problema de pobreza na cidade, nem tantos problemas que diagnosticámos na campanha, e antes, no nosso mandato na Assembleia Municipal", prosseguiu.

Para o sociólogo, "é preciso que as pessoas, e as instituições europeias, saibam o que estão a financiar, porque as instituições europeias tendem a pensar que estão a financiar a economia, a recuperação económica" e "não é isso que está a acontecer, porque uma parte substancial desta economia não tem nada de nacional, e muito menos local".

Sérgio Aires voltou a mencionar que acredita que o independente Rui Moreira, atual presidente da Câmara que se recandidata a um último mandato, "está cheio de propostas para usar o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]", mas "o problema é que não consultou a cidade, não falou com ninguém, como sempre faz, e tem o plano unipessoal para utilização do PRR na cidade".

Candidatam-se à Câmara do Porto Ilda Figueiredo (CDU - PCP/PEV), Diogo Araújo Dantas (PPM), Sérgio Aires (BE), André Eira (Volt Portugal), Vladimiro Feliz (PSD), Bebiana Cunha (PAN), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), António Fonseca (Chega), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre) e o independente Rui Moreira.

Leia Também: "O município do Porto podia fazer mais, não fez porque não quis"

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