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Daniel Adrião critica "protocandidatos" da mesma extração "costista"

O dirigente socialista Daniel Adrião critica um Congresso do PS de pré-primárias para a sucessão do secretário-geral, com quatro protocandidatos já na "montra", uns mais "benquistos" de António Costa do que outros, mas todos da mesma "extração".

Daniel Adrião critica "protocandidatos" da mesma extração "costista"
Notícias ao Minuto

18:11 - 26/08/21 por Lusa

Política PS

Daniel Adrião obteve cerca de seis por cento nas eleições diretas para o cargo de secretário-geral em junho passado e no 23º Congresso Nacional do PS, no sábado e domingo, em Portimão, vai levar a votos uma moção de orientação política e uma lista para a Comissão Nacional alternativas à direção de António Costa.

Em declarações à agência Lusa, o membro da Comissão Política Nacional do PS fala da forma como a cúpula do seu partido estará já a dar um tratamento de destaque a quatro potenciais candidatos à sucessão de António Costa em 2023: Pedro Nuno Santos, Ana Catarina Mendes, Mariana Vieira da Silva e Fernando Medina.

"Este congresso será uma espécie de pré-primárias para a sucessão do António Costa. Já se assiste a um particular alvoroço na disputa pelo primeiro lugar na grelha de partida para a sucessão do atual secretário-geral. A mesa do Congresso Nacional parece já ter sido transformada na montra do leque dos putativos candidatos à liderança", aponta Daniel Adrião.

Sobre o perfil destes quatro dirigentes socialistas, Daniel Adrião diz não identificar diferenças de fundo entre eles.

"Estes nomes de que se falam são todos oriundos da atual maioria que domina o PS, a qual podemos designar de costismo, uns aparentemente mais alinhados do que outros e mais benquistos, mas todos da mesma extração. Todos são figuras de proa da atual maioria que governa o PS", considera.

Para este dirigente socialista, no entanto, "falta saber se os militantes e a base social de apoio do PS desejam que o futuro ciclo político depois de António Costa seja assumido por alguém que representa a continuidade ou se desejam uma efetiva mudança de ciclo e um virar de página com novos protagonistas e com uma nova visão para o partido".

"Essa alternativa terá de ser construída fora desse leque de protocandidatos", defende.

Daniel Adrião diz partir para o congresso de Portimão com a expectativa de que seja "uma oportunidade para realizar um debate franco e aberto, sem tabus, dizendo olhos nos olhos o que vai na alma socialista".

"Mas este será um congresso atípico porque foi marcado por sucessivos adiamentos, alterações do modelo de funcionamento e do local de realização, o que tive a oportunidade de contestar, questionando a oportunidade de se fazer um congresso no Algarve, em agosto, época alta [turística] e numa região com uma elevada incidência da covid-19. Penso que todos estes fatores vão prejudicar a mobilização, porque muitos congressistas optarão seguramente por não estarem presentes fisicamente, assistindo antes aos trabalhos online", adverte.

Neste contexto, o membro da Comissão Política dos socialistas deixa críticas ao estado em que a atual direção deixou o PS e à transparência no exercício do poder partidário.  

"É um congresso em que pela primeira vez os delegados eleitos [1029] são em menor número do que os delegados inerentes [com e sem direito a voto], o que não é um sinal positivo. O peso da nomenclatura sobrepõe-se à representação direta das bases do partido", aponta.

"Até agora, enquanto candidato a secretário-geral do PS, ainda não fui notificado dos resultados eleitorais [nas diretas de junho] e continuo sem saber quantos votos o António Costa e eu tivemos nessa eleição, já que apenas foram divulgadas as percentagens de cada um. Nunca foi dito quanto votos cada um de nós teve. Aliás, até agora, nem sequer ainda tive acesso à ata de apuramento eleitoral das diretas", critica.

Daniel Adrião espera ter acesso a essa informação antes de se iniciar o congresso no sábado.

"Estamos perante uma questão de elementar transparência. Era bom que essa informação ficasse disponível", avisa.

Em relação às suas expectativas em termos de eleições para os órgãos nacionais do PS, que se realizam no domingo, Adrião manifesta-se confiante.

"É fundamental que a pluralidade interna saia reforçada. Em particular, o parlamento do PS, a Comissão Nacional, deverá refletir as diferentes sensibilidades e correntes de opinião que se expressam dentro do partido. Espero que neste congresso se afirme a unidade na pluralidade e que o PS valorize a sua base social de apoio e os seus militantes. O facto de o PS estar a assumir responsabilidades de Governo de forma nenhuma pode prejudicar a atividade do partido -- e isso, infelizmente, tem acontecido nestes últimos anos", acrescenta.

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