Numa análise à entrevista do primeiro-ministro esta semana ao Expresso, em que este afasta a ideia de uma remodelação no Governo, Luís Marques Mendes considerou que "vai ser quase impossível não remodelar mais semana, menos semana, mais mês ou menos mês".

Marques Mendes defendeu, no habitual espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC, que António Costa "não é um político corajoso" e que está a adiar as mudanças no Governo, entre outras razões, por "medo".

É que, segundo o comentador, "os ministros que saem tendem a ficar furiosos" e, na maior parte dos casos, o governo de Costa é formado por ministros com quem tem, também, uma relação pessoal.

Além disso, para Marques Mendes, o primeiro-ministro "considera-se forte porque não tem oposição" e porque conseguiu ultrapassar "as fases mais difíceis da pandemia".

Para o social-democrata, mais tarde ou mais cedo, Costa "há-de remodelar" e "quanto mais tarde pior".

No caso do ministro da Administração Interna, Marques Mendes considera que o chefe de Governo fica "muito mal porque dá a ideia que Eduardo Cabrita não sai porque" é seu "amigo pessoal".

A propósito de Cabrita, o comentador aproveitou para sublinhar que, na próxima semana, completam-se dois meses desde o acidente que envolveu o carro do ministro e que vitimou um trabalhador na A6, e ainda não se sabe a que velocidade seguia o veículo.

"Isto não é um segredo de Estado!", afirmou, considerando que "falta dar uma explicação".

Parece que o ministro nunca tem nada a ver com nada. O Estado falhou e o ministro representa o Estado."

O sucesso da vacinação

Luís Marques Mendes considerou, no espaço de comentário de domingo na SIC, que "a vacinação [dos jovens de 16 e 17 anos] deste fim de semana é claramente um sucesso", já que mobilizou cerca de 80% dos utentes desta faixa etária.

"Ao contrário do que se pensava, a maior parte dos jovens quer ser vacinado", concluiu.

Admitindo que o processo que levou à polémica mudança de posição da DGS quanto à vacinação dos adolescentes "não correu muito bem", o comentador defendeu que, "aqui chegados, o importante é que corra bem" e que os jovens e as suas famílias ganhem, com isto, outra confiança e segurança no regresso às escolas.

"Portugal, neste plano das vacinas, é um bom exemplo. Quer na Europa, quer no mundo ocidental", afirmou, apontando que o país está em "terceiro lugar na Europa", à frente de países como a Alemanha e a França e acima da própria média europeia.

"É muito, muito importante, um belo ritmo de vacinação", concluiu.

[Notícia atualizada às 23h00]

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