Presidente da Comissão Política do Chega/Açores demite-se
O presidente da Comissão Política do Chega/Açores pediu hoje a demissão do cargo e a desfiliação do partido, criticando os "atropelos e ingerências" da direção nacional aos órgãos regionais, revela a carta a que a Lusa teve acesso.
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Política CHEGA
Na missiva, António Rodrigues apresentou ao presidente da Mesa do Conselho Nacional, Luís Filipe Graça, a "demissão de funções de presidente da Comissão Política do partido Chega/Açores" e o "cancelamento de militância no partido".
Para António Rodrigues, o Chega com que "sonhou e acreditou parece não existir".
O ex-presidente classificou a situação nacional de "lastimável" devido às "constantes desavenças entre dirigentes e estruturas locais".
A nível regional, António Rodrigues advogou que "tudo correu bem" até aos órgãos regionais terem percebido que, "afinal", a estrutura nacional não pensava "exatamente" como os dirigentes do Chega/Açores.
"Os atropelos e ingerências ao Chega/Açores foram mais que muitos, levando-nos a crer que, inclusivamente, poderá até existir alguma mágoa por parte das estruturas nacionais em reconhecer que, a nível nacional, não se vive um tão harmonioso ambiente, como aquele que se viveu no Chega/Açores durante a presidência de Carlos Furtado", lê-se no documento.
A 14 de julho, o líder do Chega, André Ventura, anunciou a retirada de confiança política ao presidente da direção regional nos Açores, Carlos Furtado, que passou a deputado independente no parlamento açoriano.
"A nível regional, desde 13 de julho, o partido perdeu o profissionalismo anteriormente existente, não há coordenação de trabalhos, nem de estratégias, não há tão pouco uma perceção clara, sobre quem atualmente fala em nome deste partido a nível local", criticou António Rodrigues.
O agora ex-membro do Chega/Açores disse ainda não ver "futuro" para uma "nação gerida ou co-gerida por este partido", uma vez que o Chega "não tem sabido gerir, sequer, as suas estruturas".
"Sem mais assunto, faço votos que este sonho de um projeto sério e de rutura com os velhos costumes e vícios que levaram esta mui nobre nação à ruína e à beira da indigência não caia e permaneça nas mãos de oportunistas sem escrúpulos", conclui.
Na quarta-feira, o presidente da Mesa da Assembleia do Chega/Açores, João Martins pediu a demissão do cargo e a desfiliação do partido, criticando o "nepotismo" interno, a direção nacional e o líder André Ventura, revelou a carta de demissão.
A 16 de julho, a Comissão de Ética do Chega propôs a expulsão de Carlos Furtado, suspendendo por 90 dias o ex-líder regional açoriano, que perdeu a confiança política do presidente do partido, mas não renunciou ao mandato de deputado.
O Chega é um dos partidos que assinou um acordo de incidência parlamentar com as forças que integram o Governo dos Açores (PSD/ CDS-PP/PPM).
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