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"Marcelo tem uma confiança na sua capacidade de espalhar charme"

A ida do Presidente da República ao Brasil foi um dos temas que Francisco Louçã comentou no seu espaço habitual às sextas-feiras na SIC Notícias. "Bolsonaro é imune ao charme". 

"Marcelo tem uma confiança na sua capacidade de espalhar charme"
Notícias ao Minuto

22:10 - 06/08/21 por Notícias ao Minuto

Política Francisco Louçã

A ida de Marcelo Rebelo de Sousa ao Brasil mereceu uma leitura política de Francisco Louçã, no seu habitual comentário semanal, às sextas-feiras, na SIC Notícias. O fundador do Bloco de Esquerda começou por salientar que o Presidente da República já fez "duas viagens" com este destino: "Foi dos poucos chefes de Estado que foi à tomada de posse [...], na altura, suponho, que para tentar conhecer, perceber. Marcelo tem uma, porventura exagerada, confiança na sua capacidade de espalhar charme e de conseguir criar relações a partir daí. Bolsonaro é imune ao charme". 

Contudo, o Presidente da República portuguesa, na opinião do Conselheiro de Estado, "acha que pode estabelecer estas pontes e que quer fazer delas algo de importante", no âmbito da CPLP. "O Brasil tem estado ausente, praticamente. Foi um dos países que impulsionou a adesão da Guiné Equatorial por razões de ambições petrolíferas", destacando Louçã que é "um país que fala francês". 

"Ninguém fala português; é tudo uma farsa, uma fraude. Aliás, esta participação, a reiterada promessa de acabar com a pena de morte que é feita há anos sucessivos... tudo isto são fraudes", frisou. 

Neste seguimento, considerou Francisco Louçã que "a gestão brasileira da presidência da CPLP só confundiu e criou mais problemas ou agravou problemas que já existiam" e Marcelo Rebelo de Sousa "procura recuperar isso". "Também por isso terá feito esta viagem", além de participar na reinauguração do Museu da Língua Portuguesa.

"Não sendo uma visita de Estado", acrescentou, "a possibilidade de ela estabelecer pontes com Bolsonaro parece defraudada". "Bolsonaro acabou por se fazer esperar, não foi à inauguração, Lula acabou por se encontrar primeiro com Marcelo". 

Daqui, "não creio que resulte rigorosamente nada", sendo que, na visão do comentador, "ninguém fala com Bolsonaro". O presidente do Brasil "é um homem que tem meio milhão de mortos às costas", recordou, aludindo aos números da pandemia. 

"É um presidente muito acossado, creio que uma visita não tem nenhum peso na determinação das relações externas de um governo brasileiro que despreza Portugal e não quer ter nada que ver com relações internacionais deste tipo", terminou.

De recordar que as posições comuns entre Portugal e o Brasil marcaram a conversa da passada segunda-feira entre Marcelo Rebelo de Sousa e Jair Bolsonaro, num encontro sem espaço para discutir divergências ou uma eventual visita do presidente brasileiro a Portugal.

Marcelo convidou, em 2019, Bolsonaro para visitar Portugal durante um encontro no âmbito da sua tomada de posse como novo Presidente do Brasil, uma viagem que nunca se concretizou.

O Presidente português encontrou-se também com ex-chefes de Estado brasileiros e sublinhou a importância de "ouvir" e "registar" os pontos de vista destes, assinalando sempre que o objetivo fundamental da sua deslocação ao Brasil foi cultural e não político.

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