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Oposição critica artigo polémico da Carta dos Direitos na Era digital

PSD, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e Iniciativa Liberal criticaram hoje o polémico artigo 6.º da Carta Portuguesa dos Direitos na Era Digital, votando pela sua revogação, tendo alguns partidos alertado que pode constituir censura.

Oposição critica artigo polémico da Carta dos Direitos na Era digital
Notícias ao Minuto

21:42 - 20/07/21 por Lusa

Política Carta dos Direitos Digitais

A Assembleia da República debateu hoje esta carta, uma fixação da ordem do dia pela Iniciativa Liberal (IL), mas também PS, CDS-PP e PAN apresentaram projetos de lei com vista fazer alterações.

A IL e o CDS-PP propuseram a revogação do artigo 6.º, relativo ao direito à proteção contra a desinformação - que estabelece o que é desinformação e prevê que o Estado apoie a criação de estruturas de verificação de atos e o incentivo à atribuição de selos de qualidade -, mas viram as suas iniciativas rejeitadas por PS, BE, PAN e a deputada não inscrita Cristina Rodrigues.

A favor votaram PSD, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL, além de quatro deputados do PS.

Também PS e PAN apresentaram projetos, que desceram a comissão sem votação.

No debate de mais de duas horas, a deputada Sara Madruga da Costa, do PSD, salientou que "não há dúvidas que o artigo 6.º tal como está não serve" e pediu um debate "mais profundo".

Já o PS sublinhou que "as restrições à liberdade de expressão que podem resultar do artigo 6.º justificam-se pela necessidade de proteção de outros valores igualmente relevantes e só devem admitir-se nos casos mais óbvios, evidentes e graves de ataque à verdade".

"Não está em causa a proibição de juízos de valor ou de opiniões, está em causa a intenção de combater a divulgação de casos desconformes com a realidade", acrescentou o deputado Bruno Aragão.

Pelo BE, o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, rejeitou associar o artigo 6.º a censura, apontando que não pode ser "comparado com o que está previsto" na Carta Portuguesa dos Direitos na Era Digital, e criticou que os "grandes responsáveis por campanhas de desinformação", os gigantes tecnológicos como o Facebook e Google, "continuam a viver alegremente" e "o PS nada faz nesta matéria".

O deputado António Filipe, do PCP, rejeitou a "ideia de que há verdades oficiais e o resto é desinformação", enquanto o líder parlamentar do CDS-PP considerou que "é bom que não haja donos da verdade".

Nelson Silva, do PAN, criticou a IL por, "completamente fora de tempo, lançar este debate em busca do 'soundbite' fácil, optando por fazer uma tempestade num copo de água e por tresler o que está consagrado na carta, falando em censura".

Pelo PEV, o deputado José Luís Ferreira disse que o artigo polémico "potencia uma espécie de censura" e é de "de duvidosa constitucionalidade".

Também a Iniciativa Liberal considerou que este processo "abre a porta à censura" e "não faz sentido nenhum haver entidade a definir o que é ou não verdade", e considerou ainda "irónico" que seja "a esquerda a impedir a defesa da liberdade de expressão", numa referência ao voto contra de PS e BE à proposta de revogação do artigo 6.º.

"Censura é o que querem trazer para Portugal", criticou o deputado André Ventura, do Chega. Antes do debate, a assessoria do Chega informou que o partido "notificou a Comissão Europeia formalmente em relação ao artigo 6° da Carta Digital" e pediu que "promova uma ação contra este normativo no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias".

Leia Também: Carta dos Direitos na Era Digital entra hoje em vigor. Mas falta consenso

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