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CDS. Mesquita Nunes lamenta que "diversidade" seja vista como "fraqueza"

No dia do 47º aniversário do partido, o antigo vice de Assunção Cristas lembrou um CDS sem "rivais" dentro do CDS, nem de concorrentes "mais ou menos puros".

CDS. Mesquita Nunes lamenta que "diversidade" seja vista como "fraqueza"
Notícias ao Minuto

15:46 - 19/07/21 por Notícias ao Minuto

Política CDS

O CDS celebra, esta segunda-feira, 47 anos da fundação do partido e Adolfo Mesquita Nunes, antigo vice-presidente centrista, não deixou a data passar em branco.

Voltando a 2011 quando assumiu o cargo de deputado no Parlamento, Mesquita Nunes recordou um CDS que se distinguia por ser "um espelho da abrangente área política" que o partido se propunha a "representar no seu programa: a direita das liberdades".

"Nas nossas diferenças, tínhamos e temos tanto em comum: o humanismo, o personalismo, o Homem como princípio e fim de toda a ação política. Não nos passou pela cabeça eliminar as nossas diferenças, porque delas vinha a nossa força e crescimento (...) Não nos passou pela cabeça desqualificar a nossa história, porque nenhum de nós se sentia dono messiânico da verdade, representante único e inaugural dos nossos valores fundacionais", começou por apontar, num texto partilhado na sua página do Facebook. 

Mais, de acordo com o antigo deputado, não havia a noção de "rivais" dentro do partido, nessa altura, nem de concorrentes "mais ou menos puros", sendo que "as décadas" de trabalho conjunto e de luta "contra o socialismo e o totalitarismo" eram suficientes "para testemunhar o que, juntos, com erros e acertos", tinha sido conseguido. 

Sublinhando que, nesses tempos, a "diversidade era vista como força, crescimento, apelo", hoje, defendeu Mesquita Nunes, "os tempos são outros". 

"[Agora] Essa diversidade é vista como fraqueza, degenerescência, perda de identidade. Discute-se, sem pejo, que há uns que são e outros que não são do verdadeiro CDS. Abre-se a porta, sem pudor, a quem se atreve a divergir, a quem ousa dizer coisas que qualquer partido de direita europeu encara com naturalidade. Diz-se, com convicção, que há muitos de nós que não devemos estar aqui, que temos de ir embora. Acusa-se, com todas as letras, quem diverge de ter interesses clientelares ou políticos obscuros. Não surpreende que as perspetivas não sejam boas", lamentou. 

Ainda assim, o ex-líder centrista salientou que "hoje o CDS faz anos" e que, por isso, é "uma data feliz, que merece ser celebrada, e que deve ser celebrada justamente através da afirmação do que nos fez crescer, do que nos fez governar, do que nos permitiu colocar os nossos valores em prática".

"Deu muito ao país e teve tantas vezes razão antes de tempo. O seu espaço e o seu papel são essenciais em qualquer democracia. Parabéns ao CDS", rematou. 

Importa recordar que, após o eurodeputado centrista Nuno Melo ter acusado recentemente a direção do partido de "entrincheiramento" e de "atacar os seus" - numa crítica à reação do presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, à desfiliação do antigo deputado Francisco Mendes da Silva -, Mesquita Nunes viu nas palavras de Nuno Melo "uma defesa da honra de muitos de nós que, com acertos e erros, com acordo e desacordo, deram o litro para haver uma alternativa não socialista em Portugal".

Entretanto, o eurodeputado do CDS já confirmou que vai apresentar uma moção no próximo congresso do partido, mas disse que a decisão de avançar para a liderança apenas vai ser tomada depois das eleições autárquicas.

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