No seu espaço de comentário, Paulo Portas não deixou passar em branco o relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre os festejos do Sporting, que foi conhecido no final da semana passada.
Após ter analisado as 87 páginas do documento - que considerou "isento", "honesto" e "factual" -, o antigo dirigente do CDS deixou severas críticas ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, salientando que o governante teve o "atrevimento" de contrariar o parecer de cinco entidades.
"Não consigo compreender como é que o primeiro-ministro o mantém, mas também não consigo entender como é que a oposição não pede uma Comissão de Inquérito porque os factos que faltam esclarecer são muito poucos", defendeu, ontem à noite, na TVI24.
O comentador referiu também que, depois da leitura do relatório, ficou com uma "sensação muito clara": "Já sabíamos que Eduardo Cabrita não tem bom senso".
Mais, para Paulo Portas, além de "bom senso", ficou demonstrado, com o relatório, que o ministro também "não exerce autoridade".
Na passada sexta-feira, o Ministério da Administração Interna recebeu o relatório da IGAI sobre a atuação da PSP nos festejos do Sporting como campeão nacional de futebol.
O inquérito da IGAI, que tem como missão assegurar as funções de auditoria, inspeção e fiscalização de todas as entidades, serviços e organismos tutelados pelo MAI, visou a atuação da Polícia de Segurança Pública nos festejos.
O Sporting sagrou-se a 11 de maio campeão português de futebol pela 19.ª vez, 19 anos após a última conquista, e durante os festejos ocorreram confrontos entre os adeptos e a polícia.
Milhares de pessoas concentram-se junto ao estádio e em algumas ruas de Lisboa, quebrando as regras da situação de calamidade devido à pandemia de Covid-19, em que não eram permitidas mais de 10 pessoas na via pública, nem o consumo de bebidas alcoólicas na rua. A maioria dos adeptos não cumpriu também com as regras de saúde pública ao não respeitar o distanciamento social, nem o uso obrigatório de máscara.
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