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PAN defende "mais meios para a gestão florestal"

A porta-voz do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) defendeu hoje mais meios para a gestão florestal e uma visão estratégica para a floresta e meio ambiente, sob pena de o país perder a guerra contra as alterações climáticas.

PAN defende "mais meios para a gestão florestal"
Notícias ao Minuto

13:05 - 06/07/21 por Lusa

Política Inês Sousa Real

"Saímos daqui com a convicção de que é fundamental que a Assembleia da República [legisle] - e o PAN também fará a sua parte nesta matéria - para que existam mais meios para a gestão florestal", afirmou Inês de Sousa Real aos jornalistas em Monte Real, concelho de Leiria, no âmbito do segundo e último dia das jornadas parlamentares do partido, com o mote "Travar o ponto de não retorno, ação de resposta à crise climática".

Para a porta-voz do PAN e deputada, o país tem de ter "uma visão estratégica" para a floresta e meio ambiente, "sob pena de incêndio após incêndio" continuar "a perder esta guerra que se está a travar, "seja em relação às alterações climáticas, seja à inércia que tem marcado a gestão florestal".

A comitiva do PAN esteve na Mata Nacional de Leiria, onde, nas imediações da Base Aérea de Monte Real, pôde ver uma casa de guarda-florestal abandonada junto à qual se acumula lixo e ouviu do secretário-geral da PINEA -- Associação Florestal Litoral, Henrique Damásio, as preocupações sobre a floresta e o estado desta mata nacional, com cerca de 11 mil hectares, 80% dos quais destruídos com o incêndio de outubro de 2017.

À pergunta se o estado da Mata Nacional de Leiria está muito pior do que antes do incêndio, Inês de Sousa Real disse que "não houve qualquer tipo de evolução naquilo que é uma adequada gestão florestal", lamentando que esta seja "uma matéria a que sucessivos governos não têm dado resposta".

"O próprio regime jurídico atualmente em vigor (...) não tem colaborado para que exista uma clarificação do ponto de vista daquilo que são as obrigações, quer dos proprietários, quer da correta gestão florestal", assinalou.

Para a porta-voz do PAN, partido que tem três deputados na Assembleia da República, "confunde-se muito aquilo que é uma visão assética e de cortar tudo aquilo que é o arvoredo ou o revestimento vegetal", o que coloca em causa "a valorização da floresta do ponto de vista do ecossistema".

"É perfeitamente compatível termos uma floresta que é protegida enquanto valor ambiental, mas também que constitui uma fonte de rendimento ou uma área económica para o país", sustentou.

Alertando para a falta de meios, como vigilantes da natureza ou incentivos públicos, Inês de Sousa Real declarou que o país tem uma "oportunidade única" com o Plano de Recuperação e Resiliência, mas também com os quadros plurianuais da União Europeia, para acrescentar que "a floresta tem um potencial de trabalho que se estima já em 61 mil postos que podem ser criados através do chamado empreendedorismo verde".

"Esta é, de facto, uma oportunidade que Portugal tem perdido e tem ficado para trás, para transformarmos não só a floresta em mais valor para o país, mas também para combatermos as alterações climáticas", continuou.

Para a porta-voz do PAN, é igualmente necessária "formação e sensibilização", assim como "maior cultura de segurança e de proteção do património natural", o que é fundamental para que "não se tenha a floresta ao abandono e com consequências absolutamente trágicas quer para as pessoas, quer para a própria biodiversidade", evitando consequências de "fenómenos climatéricos extremos que se tendem a agravar", como os incêndios e as ondas de calor.

"O PAN tem defendido há muito, por exemplo, a necessidade de termos, quer o cadastro nacional das florestas feito, quer também os atlas de risco das alterações climáticas, coisa que até aqui não aconteceu. E isso de facto é incompreensível, com tanto dinheiro que temos da União Europeia e com a necessidade, mais do que premente, de existir uma estratégia nacional para a gestão florestal que até hoje ela não tenha acontecido", adiantou Inês de Sousa Real.

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