Esta observação foi feita por António Costa logo no início do seu discurso que encerrou a sessão pública de balanço da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que se realizou no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
O líder do executivo começou por rejeitar a tese segundo a qual as presidências rotativas por parte dos Estados-membros terminaram em termos de impacto político em 2007.
"Sabemos que o Tratado de Lisboa tirou algum brilho às presidências rotativas, mas não retirou trabalho às presidências rotativas do Conselho da União Europeia. Esta presidência não foi menos trabalhosa do que a anteriores três presidências portuguesas, defendeu.
Na série de elogios que fez a quem colaborou direta e indiretamente com a presidência portuguesa, António Costa deixou especiais referências à Alemanha, que antecedeu Portugal no segundo semestre de 2020, à secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, e sobretudo do ponto de vista político, ao seu ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
"Uma palavra especial para o senhor ministro [Augusto Santos Silva], porque uma das muitas coisas que se costumam dizer habitualmente sobre as presidências é que são muito bem-sucedidas lá fora, mas destroem muitos primeiros-ministros cá dentro", afirmou, usando um tom de discurso descontraído.
Depois, dirigindo-se diretamente a Augusto Santos Silva, disse-lhe: "Graças ao comando efetivo que assumiste na presidência ninguém se queixou da ausência do primeiro-ministro", declarou.
Segundo António Costa, cá dentro "alguns queixam-se é do excesso de presença do primeiro-ministro".
O primeiro-ministro deixou ainda palavras especiais para os embaixadores Nuno Brito e Pedro Lourtie, respetivamente representantes permanente e permanente adjunto da presidência portuguesa em Bruxelas.
A quarta presidência portuguesa da União Europeia terminou em 30 de junho, passando o testemunho à Eslovénia à frente do Conselho da UE nos próximos seis meses.
O semestre português foi encerrado, na quarta-feira, com a Cimeira da Recuperação, organizada pelo Ministério das Finanças e que juntou em Lisboa ministros europeus, comissários, eurodeputados e especialistas para debater a reforma da economia europeia após a pandemia de covid-19 e o modelo de governação económica da UE.
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