"Se as eleições correrem pior que em 2017, é um encontrão para eu cair"

Rui Rio admite se um mau resultado nas Autárquicas seja um "encontrão para cair" da liderança do PSD.

Rui Rio considera cenário macroeconómico do PS como "arriscado"

© Global Imagens

Notícias ao Minuto
28/06/2021 20:22 ‧ 28/06/2021 por Notícias ao Minuto

Política

Rui Rio

Rui Rio marcou presença, esta segunda-feira, em Vila Real, onde o PSD apresentou 14 candidatos às Eleições Autárquicas, alguns dos quais, em coligação com o CDS-PP.

Após o encontro, onde o líder social-democrata realçou que o resultado das eleições irá definir o futuro do partido, Rui Rio reconheceu que, caso a contagem de autarcas em 2021 seja pior do que a de 2017, a sua liderança fica comprometida.

"Se eu estou a dizer que 2017 correu mal, imagine que 2021 sob a minha responsabilidade ainda cai pior, o encontrão que diz é para eu cair não é para eu andar para a frente", afirmou a um dos jornalistas presentes no local.

Durante a sessão, que decorreu em Vila Real, Rio centrou o seu discurso na "máxima importância" que as Autárquicas assumem para o país e para o PSD, nomeadamente após os resultados das eleições de 2013 e 2017, em que o partido perdeu "muitos eleitos".

Nas últimas Autárquicas, o PSD ganhou em 98 câmaras e elegeu 13.050 pessoas, para câmaras, juntas ou assembleias municipais e de freguesia. O PS venceu em 161 câmaras.

"Com a descida que tivemos à escala nacional, estas eleições para o PSD, em 2021, assumem uma importância extraordinária" 

Rui Rio vincou, aliás, que o que "determina a grandeza de um partido, em termos de quantidade, não é o número de deputados que tem na Assembleia da Republica, é o número de autarcas que tem eleitos por esse país fora".

E "a cada dia que passa nota-se o desgaste do Governo", apontou Rio, defendendo que o país "tem que mudar de rumo".

"As eleições autárquicas não são para isto, mas eu acredito que o resultado que vamos ter nas eleições Autárquicas não vai ser para isto, mas vai ser o início para que isto aconteça, ou seja, para que nós possamos mudar de rumo em Portugal depois, a seguir, nas eleições legislativas", salientou.

António Oliveira? Líder do PSD não comenta

Questionado sobre a desistência de António Oliveira à Câmara de Vila Nova de Gaia, o presidente do PSD recusou responder, apesar de ter salientado que encara sempre tudo "de frente".

"Encaro tudo sempre de frente. Relativamente à questão de Vila Nova de Gaia, já disse que essa é uma questão interna do PSD, que não vou comentar publicamente", reiterou.

É necessário "coragem e firmeza" para travar pandemia

Já sobre o retrocesso no desconfinamento, devido ao aumento de casos de Covid-19 no último mês, Rui Rio fez questão de esclarecer que apoia as medidas tomadas pelo Governo, apesar de ter consciência que foi devido a "erros ligados ao futebol" que o país voltou a regredir.

"Nós cometemos erros, erros ligados aos festejos do futebol no Porto, em Lisboa e, por consequência, no Algarve. Cometemos esses erros e agora o que temos de fazer é ter a coragem e a firmeza de tentar travar, ou seja, se nós não tomarmos agora as medidas que se impõem, no futuro vamos sofrer muito mais. Por isso, aquilo que eu tenho dito e repito, é incentivar o Governo para tomar essas medidas", explicou, acrescentando que se o poder tivesse nas suas mãos "teria uma conduta rígida.

"Aquilo que posso dizer é que teria uma conduta rígida. Teria sido já aquando da questão do futebol, com responsabilidades a nível do Governo, mas também das Câmaras Municipais, designadamente de Lisboa e do Porto. Se tivessem sido mais rígidos nessa altura, não estávamos hoje com as dificuldades em que estamos. Não hesitaria em tomar as medidas necessárias para travar o crescimento da pandemia", vincou.

Ao lado do Governo, Rui Rio está também quanto à imposição de quarentena aos viajantes que cheguem do Reino Unido a Portugal.

"A posição do Governo português na altura do futebol, acho mal. A resposta do Governo português ao Reino Unido, acho bem. Eu faria exatamente a mesma coisa. Até porque não está provado que a situação deles é melhor que a nossa. Aliás, pelo contrário, foram eles que vieram para cá trazer aquilo que é o nosso mal agora", atirou.

"O relatório é algo vital para apurar as responsabilidades"

Sobre o atropelamento mortal que envolveu o carro que transportava Eduardo Cabrita, Rui Rio sublinhou que falta saber "um dado muito relevante", que é "a velocidade do automóvel", para pedir responsabilidades.

"Se o automóvel ia a uma velocidade normal na autoestrada então é uma coisa, se vai a uma velocidade muito acima do que é o normal então a responsabilidade deverá ser outra. O relatório é algo vital para apurar as responsabilidades", referiu, acrescentando que não pede a demissão do ministro da Administração Interna porque esta compete "exclusivamente" ao primeiro-ministro.

"O primeiro-ministro entendeu não demitir o ministro, não é por este caso, já por muitos outros, e está no seu legítimo direito. Agora, tudo aquilo que vai acontecendo de mau sobre a gestão do senhor ministro da Administração Interna é da responsabilidade do primeiro-ministro, porque ele insiste em dizer que tem um excelente ministro, portanto, eu não tenho de pedir a demissão, mas tenho de tirar a conclusão que o primeiro-ministro é o primeiro responsável pelas falhas do ministro da Administração Interna", justificou o líder social-democrata.

Leia Também: "A hierarquia assume os resultados, não nos podemos desresponsabilizar"

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