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Moratórias. Bloco propõe transição para evitar "tragédia de despejos"

A coordenadora do BE propôs hoje um programa de transição para as moratórias devido à pandemia, que reestruture estas dívidas e impeça que as casas de habitação própria permanente sejam penhoradas, evitando assim "uma tragédia de despejos" em setembro.

Moratórias. Bloco propõe transição para evitar "tragédia de despejos"
Notícias ao Minuto

19:17 - 03/06/21 por Lusa

Política Bloco de Esquerda

Catarina Martins adiantou as linhas gerais desta iniciativa legislativa, que o partido se compromete a apresentar na Assembleia da República, durante a sessão de apresentação dos candidatos autárquicos à Câmara da Amadora, que decorreu esta tarde no Parque Central da Amadora, distrito de Lisboa.

"O relógio não para. Há tanta gente com a crise pandémica que perdeu tudo, que perdeu todos os rendimentos e que tendo um crédito à habitação que não consegue pagar, tem neste momento uma moratória sobre esse crédito à habitação. Ora estas moratórias acabam em setembro", começou por referir.

Porque "a crise pandémica não pode colocar famílias sem teto", a líder do BE explicou que aquilo que é "preciso garantir já é um programa de transição, que reestruture estas dívidas e que garanta que as casas de habitação própria permanente não podem ser penhoradas pelos bancos".

O objetivo este programa, de acordo com Catarina Martins, é evitar "uma tragédia de despejos" em setembro.

"Um programa de transição que respeite as famílias, que respeite o direito à habitação e é esse mesmo que Bloco de Esquerda se compromete a apresentar", referiu.

Segundo a líder do BE, no parlamento, "o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse que não ia fazer nada" e "o Governo anuncia propostas de habitação para daqui a quatro anos e nada para agora".

"No Bloco de Esquerda queremos construir programas de habitação a longo prazo, sim, mas não vamos deixar cair os milhares de famílias em Portugal que neste momento têm uma moratória no seu crédito à habitação. A impenhorabilidade das casas de habitação é um direito fundamental e que tem de ser colocado na lei agora", defendeu.

Recorrendo aos números, Catarina Martins apontou que "há 280 mil moratórias ao crédito à habitação neste momento em Portugal".

"E, segundo a Deco, se nada for feito em setembro, quando estas moratórias acabarem, 50 mil famílias podem perder a sua casa, podem perder o seu teto. Temos de agir agora porque estas famílias que ficaram sem salário, sem rendimento por causa da pandemia não escolherem ficaram nesta situação", justificou.

Na perspetiva da dirigente e deputada bloquista, se estas famílias "tiveram acesso à moratória é porque precisavam da moratória e porque foi reconhecida a situação vulnerável em que estavam".

"Se em setembro, de repente, tiverem de pagar a prestação habitual, mais as prestações que ficaram em falta, não vão conseguir pagar a sua casa porque o seu salário não duplicou seguramente neste tempo", afirmou.

Leia Também: "É importante que haja instrumentos para reagir ao fim das moratórias"

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