Em comunicado, o BE considera o projeto da Quinta da Pinheira "errado a vários níveis", consistindo em "mais um dormitório" na periferia, "desgarrado da cidade".
Segundo o Bloco, o projeto consiste num conjunto de apartamentos que podem ser revendidos ao fim de cinco anos, que "apenas beneficia as pessoas que os adquiram e não tem efeito multiplicador ao intervir no mercado das rendas, nem resulta num abaixamento do valor das rendas em Aveiro".
"Ao ter um período de permanência de apenas cinco anos podemos assistir a casos em que estes apartamentos, altamente financiados por dinheiros públicos, sejam revendidos a preços especulativos, não só anulando todo o efeito de baixa de preços que podia ser introduzida em Aveiro, como também pode introduzir situações de especulação imobiliária financiada por dinheiros públicos", refere o BE no comunicado.
Na perspetiva daquele partido, o projeto será "uma nova urbanização que nasce desgarrada da restante cidade" e "é mais um dormitório que é criado, num modelo assente no transporte de carro privado, sem transportes públicos, sem infraestruturas e sem serviços".
O presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, que participou na segunda-feira na apresentação do projeto, considerou-o importante para responder à procura habitacional em Aveiro, que apenas encontra resposta em fogos de gama média e alta.
O projeto prevê a construção, a custos controlados, na Quinta da Pinheira, em Aradas, de 288 apartamentos, em 10 blocos de quatro pisos, sendo 28 apartamentos tipologia T1, 116 apartamentos T2 e 144 apartamentos T3.