Depois de em março ter criticado o modelo de comunicação do PSD por defender que era "errado" a direção nacional do partido divulgar listas de candidatos às autárquicas de 2021 sem considerar os prazos de divulgação e outros interesses dos autarcas, Emídio Sousa formaliza esta noite no centro de congressos Europarque a sua presença na corrida eleitoral que ainda não tem data marcada, mas deverá realizar-se em setembro ou outubro.

"Agora é o momento de apresentar formalmente a minha candidatura e em julho anunciarei a equipa que pretendo ter comigo nos próximos quatro anos", declarou à Lusa.

A grande aposta do seu programa eleitoral será na saúde, já que Emídio Sousa pretende aproveitar as competências que o Governo irá delegar nos municípios para executar três grandes intervenções nesse domínio: construir cinco novas unidades de saúde familiar no concelho, ampliar o Hospital São Sebastião com a criação de respostas específicas para saúde mental e "implementar um projeto-piloto de monitorização médica remota de toda a população local" - que envolve cerca de 140.000 habitantes dispersos por 213 quilómetros quadrados.

"Queremos que todos os utentes de saúde do concelho sejam monitorizados permanentemente através de uma plataforma que vamos criar, para que os médicos de família possam acompanhar à distância a sua condição física e chamá-los logo a uma consulta se detetarem algo que o justifique", explica o candidato social-democrata.

A proposta ainda terá que ser avaliada pelo Ministério da Saúde, mas Emídio Sousa acredita que o modelo terá sucesso porque "a população mais idosa do concelho já tem formação no uso da internet através do programa 'e-mili@' e saberá introduzir no computador ou no telemóvel os dados necessários" para monitorização remota.

Outra área que o atual presidente da Câmara da Feira pretende privilegiar é a reabilitação urbana, o que passará sobretudo por três medidas: a reabilitação de mais 22 centros urbanos do município, após o arranjo "já levado a cabo nos últimos anos em 10 freguesias" do território; uma campanha de sensibilização para maior "limpeza e brio nas ruas do concelho"; e a criação de "uma nova cidade a sul do Europarque, numa harmonização entre indústria, áreas residenciais e espaços verdes".

Em complemento a essa estratégia, Emídio Sousa promete também um programa habitacional de incentivo ao arrendamento, "o que tanto pode passar por medidas de fomento à construção para esse efeito como por isenção de taxas e impostos" a quem disponibilizar casas para aluguer.

Já no que se refere a ambiente e turismo, o plano do autarca passa por construir um cais em Porto Carvoeiro, localidade da Feira que confina com o rio Douro, e também por "desenvolver e aprofundar o projeto do Parque Natural das Ribeiras do Uíma", prolongando os percursos que acompanham esse curso de água até mais freguesias, "inclusive até Crestuma, já no concelho de Vila Nova de Gaia".

Além de Emídio Sousa pelo PSD, à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira - atualmente gerida por sete eleitos sociais-democratas e quatro socialistas - também já formalizaram as suas candidaturas Mário Correia, pelo PS, e Alecsander Pereira, pelo CDS-PP.

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