Na apresentação da candidatura, que decorreu ao ar livre num parque urbano no centro de Almada, a deputada - que concorre pela terceira vez a este concelho onde é vereadora no município há quatro anos - teve ao seu lado a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, e ambas coincidiram nas prioridades.
"Aquilo por onde tudo começa é habitação, daí o 'slogan' 'Uma casa, uma causa'. O executivo de Inês Medeiros está a assistir impávido à especulação imobiliária, os preços das casas em Almada continuam a subir e não existe plano para os conter", criticou Joana Mortágua.
O BE, explicou, propõe quer um programa de arrendamento acessível, quer um programa de arrendamento jovem em Almada.
"Muitas pessoas já achavam que estas eleições se decidiam entre PS e CDU. Almada estará entalada entre a glorificação de um passado que nos deixou credores de direitos e um futuro que não paga essa dívida?", questionou, defendendo que o voto que dará "força à esquerda" nestas eleições será no BE.
Joana Mortágua foi também muito crítica dos contornos do contrato do Metro Sul do Tejo, que começou a circular em Almada em 2008.
"O contrato poupava os privados de todos os riscos e obrigava o Estado a indemnizá-los sempre que passageiros não atingissem determinado limite. [...] O número de passageiros ficou sempre aquém e todos os anos pagamos uma renda à empresa Barraqueiro", lamentou.
A deputada do BE alertou que, "depois de duas décadas e mais de 500 milhões de euros" investidos num projeto lançado quando a CDU era poder, a candidata Maria das Dores Meira sugeriu agora "fazer tudo de novo e enterrar o metro".
"Tenho a certeza que há um destino melhor para aqueles milhões do que enterrá-los", criticou, defendendo que este transporte deve chegar à Costa da Caparica e ao Barreiro.
Nas anteriores eleições autárquicas, de 2017, a atual presidente do município, Inês de Medeiros, do PS, ganhou a Câmara de Almada, tradicionalmente comunista, com um total de 20.917 votos, apenas mais 413 do que a CDU.
Os socialistas governam o município de Almada com quatro eleitos, a CDU também tem quatro, o PSD dois e o BE um.
A CDU já anunciou que candidatará a Almada a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, e uma coligação PSD/CDS-PP/Aliança/PPM/MPT terá como cabeça de lista o vereador social-democrata Nuno Matias.
As eleições autárquicas têm de ser marcadas pelo Governo para o período entre 22 de setembro e 14 de outubro.
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