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Expropriação como a do Zmar não aconteceria se fosse "em Lisboa"

O presidente do Chega afirmou hoje, em Faro, que o Governo não faria uma expropriação como a do empreendimento Zmar no concelho de Odemira (Beja) se fosse na zona urbana de Lisboa.

Expropriação como a do Zmar não aconteceria se fosse "em Lisboa"
Notícias ao Minuto

22:00 - 03/05/21 por Lusa

Política Zmar

"O senhor primeiro-ministro não faria isto às portas da capital ou numa das zonas mais populosas do país em Lisboa, mas como acham que há partes do país que não contam, não há problema nenhum, expropriam-se as pessoas e depois logo se vê em tribunal", afirmou André Ventura.

À margem da inauguração da sede da distrital de Faro do partido, o deputado classificou ainda a requisição do empreendimento por parte do Governo para alojar parte dos trabalhadores que residem nas duas freguesia alvo da cerca sanitária como algo que "está ao nível de um Venezuela ou da Coreia do Norte"

"Requisitar hotéis e empreendimentos turísticos para ocupar as casas das pessoas, mesmo alguns que moram lá ou têm lá residência, parece-me algo que esperava ver em 1975 não em 2021", apontou.

André Ventura deixou ainda a pergunta sobre se não teria sido possível "ter criado hospitais de campanha para estas pessoas ou instalações temporárias para albergar estas pessoas como se criou noutros países".

Antecipando a visita desta terça-feira às duas freguesias afetadas, o presidente do Chega espera poder "dar uma palavra aos proprietários e aos moradores" que diz terem o direito de se sentirem "lesados, humilhados" e de estarem "num país que não lhes pertence."

André Ventura afirmou querer "ver de perto" um problema para o qual o partido já chamou "a atenção", nomeadamente "um excesso de imigração relacionado com estas comunidades que vivem em condições de sobrelotação habitacional", nomeadamente nas duas freguesias onde as "populações estão a pagar um preço muito elevado pelo descontrolo que durante anos ali se verificou".

Realçando que o problema dos trabalhadores imigrantes prefere apontar o dedo ao Estado que "sabia há não sei quanto tempo e não permitiu nem quis resolver" e que procura resolver agora "expropriando temporariamente as pessoas", acusou.

"Queremos ver os problemas com os próprios olhos, não vamos para ostracizar ninguém, nem para atacar nenhuma minoria religiosa ou emigrante, vamos para ver os problemas. Respeito os que vêm para cá trabalhar, pagar impostos, os que vêm para cá para se integrar, mas não podem impor às populações um custo desproporcional numa situação destas", conclui.

O Governo decidiu decretar uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de covid-19, sobretudo entre trabalhadores do setor agrícola, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, na quinta-feira à noite.

O chefe do Governo sublinhou também que "alguma população vive em situações de insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações", relatando situações de "risco enorme para a saúde pública, para além de uma violação gritante dos direitos humanos".

André Ventura deslocou-se ao Algarve também para apresentar candidatos do Chega a 11 das 16 câmaras do distrito.

Leia Também: Requisição de casas privadas do Zmar "viola a Constituição"

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