Ataques de Costa a Rio são "exagero", mas "PSD tem-se posto a jeito"
Marques Mendes defende que o primeiro-ministro deu uma entrevista "muito tática" em que "distribuiu jogo" tanto à Direita como à Esquerda.
© Global Imagens
Política Marques Mendes
Se António Costa fosse um jogador de futebol era um "distribuidor de jogo". A comparação foi feita por Marques Mendes, este domingo, no seu habitual espaço de comentário na SIC.
O social-democrata comentava assim a entrevista que o primeiro-ministro deu ao DN/JN e TSF, na qual teceu duras críticas a Rui Rio. Costa afirmou, por exemplo, que o líder social-democrata era como um "cata-vento" mas "sem pontos cardeais", alertando para os perigos democráticos da "contaminação do PSD pelas ideias do Chega".
"O primeiro-ministro deu uma entrevista para distribuir jogo à Esquerda e à Direita", analisou Marques Mendes, considerando que a entrevista de António Costa tinha "dois objetivos".
À Direita, o objetivo foi "encostar o PSD ao Chega. Retirá-lo do Centro, encostá-lo à Direita, para que António Costa fique todo ele com a área do centro" porque "sabe que é ao centro que se ganham eleições".
Afirmando que os "ataques" feitos a Rui Rio na referida entrevista "são um exagero" e "até deselegantes", o comentador defendeu que, do ponto de vista político, o PSD "tem-se colocado a jeito para algumas das críticas" que lhe foram feitas.
No entender de Marques Mendes, "os sucessivos sinais de aproximação ao Chega ou, pelo menos dessa perceção pública, são maus para a estratégia do PSD". É, aliás, "um erro enorme" e, assim, "o PSD só perde": "Vai perder os eleitores moderados do centro, vai perder a natureza de um partido grande e passa a um partido médio e, no limite, vai perder eleições. O Chega é que ganha com essa aproximação", analisou.
E à Esquerda? Como é que António Costa "distribuiu jogo"? Marques Mendes viu nesta entrevista do primeiro-ministro uma "tentativa de refazer a Geringonça". "A Geringonça dividiu-se no Orçamento do ano passado e António Costa quer retomá-la", disse o social-democrata, sublinhando o "charme", a "simpatia" e o "espírito de abertura, de diálogo e de negociação" com os antigos parceiros.
Finalizando, Marques Mendes, que considerou uma entrevista "muito tática", apontou "uma falha" ao primeiro-ministro: "De um primeiro-ministro acho que se espera um pouco mais. Faltou, nesta entrevista, uma ideia para o país, uma mensagem mobilizadora, uma causa, na economia, na educação, noutras áreas. Uma mensagem mobilizadora para os jovens, para a classe média", rematou.
Rui Rio, sublinhe-se, utilizou o Twitter para responder às críticas feitas por António Costa, acusando o primeiro-ministro de hipocrisia numa entrevista "rasteira".
Numa entrevista de nível rasteiro, António Costa critica o meu discurso do 25/Abril e diz que o PSD quer atacar a independência do poder judicial. Diz isto, na semana em que o Parlamento Europeu o critica pela politização que fez na nomeação do procurador europeu. Que hipocrisia!
— Rui Rio (@RuiRioPSD) May 2, 2021
Leia Também: Rui Rio acusa António Costa de hipocrisia em entrevista "rasteira"
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