"Nós não propomos que aqueles políticos que não estejam abrangidos pela exclusividade, porque têm alternativa, como por exemplo os deputados ou os vereadores, tenham obrigatoriamente que estar [em regime de exclusividade]", disse Francisco Rodrigues dos Santos à agência Lusa, sublinhando que essa "será uma discussão para futuro".
Em causa está um conjunto de propostas de combate à corrupção, umas dirigidas a titulares de cargos políticos e altos cargos públicos e outras a magistrados, apresentadas pelo líder do CDS, que não exclui "a possibilidade de avançar para um regime, no futuro, que obrigue à exclusividade dos deputados".
Uma medida que o eurodeputado Nuno Melo disse "romper com muito do que o CDS defendeu no passado", considerando "importante que tenha sido articulada com o grupo parlamentar porque o grupo parlamentar, no limite, é quem terá que ser chamado a interpretar o novo pensamento da direção do partido e não seria lógico que o fizesse contra toda a sua convicção".
Questionado pela Lusa sobre se as propostas foram articuladas entre a liderança e os deputados do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos esclareceu que "as propostas foram aprovadas por unanimidade pela Comissão Política Nacional do partido e foram agora facultadas ao Grupo Parlamentar para que dê o devido seguimento legislativo".
O líder do CDS falava aos jornalistas nas Caldas da Rainha, à margem da apresentação da candidatura de Paulo Pessoa de Carvalho às próximas eleições autárquicas, encabeçando uma coligação que integra, além do CDS, o Movimento Partido da Terra, o Partido Popular Monárquico e movimento Nós Cidadãos.
Num discurso em que reafirmou a disposição do CDS para "liderar o combate à corrupção", Francisco Rodrigues dos Santos relembrou as propostas apresentadas na terça-feira, visando a tipificação criminal do enriquecimento ilícito, sem inverter o ónus da prova, defendendo que "todos aqueles titulares de cargos políticos ou altos cargos públicos que estejam em exclusividade e a violem seja imediatamente investigados, têm que justificar os seus rendimentos e se não forem capazes de o fazer são criminalizados".
"A justiça não pode ser um problema no combate à corrupção, tem que ser uma solução", disse ainda o líder do CDS, acrescentando que a justiça "não pode ser cega" em relação à ética do Estado.
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