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25 de Abril. "Há ainda uma democracia por cumprir", alerta Ana Gomes

Ana Gomes disse rever-se nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso sobre a celebração do 25 de Abril. A antiga eurodeputada sublinhou ainda que as democracias estão em constante construção e que precisam tanto da participação crítica dos cidadãos, como de "um Estado capaz".

25 de Abril. "Há ainda uma democracia por cumprir", alerta Ana Gomes
Notícias ao Minuto

11:00 - 26/04/21 por Notícias ao Minuto

Política Ana Gomes

A propósito das comemorações do 47.º aniversário do 25 de Abril, Ana Gomes saudou a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, que decorreu no final da manhã de ontem durante a sessão solene no Parlamento. 

"Gostei. Foi um discurso pedagógico e que disse coisas com sentido com as quais concordo: de que temos de encarar a nossa História de frente, dissecá-la, aprender com ela e assumi-la no que tem de bom e de mau. Assumi-la para tirar lições para o presente e para o futuro. Penso que é esse o valor do celebrarmos abril", justificou a ex-eurodeputada socialista, durante a noite deste domingo, no espaço de comentário habitual na SIC Notícias. 

Mais, para a comentadora, esta data, deve promover a memória sobre como se vivia no antigo regime.

"Não nos podemos esquecer do que era viver em ditadura a todos os títulos, não apenas nas liberdades cívicas - que não existiam - da repressão, da guerra colonial e da miséria do nosso povo", afirmou. 

Denotando que o discurso do Presidente da República foi bem recebido na Casa da Democracia, Ana Gomes admitiu que, se tivesse estado presente, "teria certamente aplaudido, certamente, de pé, acompanhando todas as pessoas". "[A intervenção] traduziu aquilo que uma esmagadora maioria dos presentes pensa", acrescentou. 

Refletindo sobre as palavras do chefe de Estado, Ana Gomes sublinhou que este é um "presente em que não podemos ser ingénuos". "Há ainda uma democracia por cumprir, aliás, como disse também o Presidente, não há democracias perfeitas, estas exigem um esforço contínuo de aprofundamento, um sentido crítico e a participação dos cidadãos". 

Contudo, para a socialista é preciso mais um ingrediente para o funcionamento pleno da democracia: "um Estado capaz".

"Não precisamos de um Estado em todo o lado, mas precisamos que seja forte, constituído por pessoas de bem que zelem pelo interesse nacional e é aí que temos visto alguns falhanços. E muitos dos falhanços e descontentamentos com a democracia tem a ver com as políticas neoliberais, que apareceram pouco depois do 25 de Abril, (...) que deram nisto, num Estado fraco, incapaz e sem recursos",  argumentou, dando o exemplo de que quando Portugal se deparou com a pandemia "vê-mos os maiores antagonistas do Estado a virar-se para este a pedirem apoios".

Ana Gomes defendeu ainda que foi através de políticas neoliberais, que passaram pelos governos compostos pelo PS, PSD e CDS, que se promoveu "uma desregulação do Estado que facilitou a corrupção". 

"Precisamos de Estado que não esteja capturado por interesses", rematou. 

Leia Também: "Nada como repensar o passado, quando o presente é duro e futuro urgente"

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