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"Apelido Moedas não atribui nenhum direito divino a governar a capital"

Um artigo de opinião de Pedro Vaz, dirigente do PS, intitulado 'O balão que se esvazia'

"Apelido Moedas não atribui nenhum direito divino a governar a capital"
Notícias ao Minuto

12:31 - 20/04/21 por Notícias ao Minuto

Política Pedro Vaz

"Numa semana em que tudo e todos se entretiveram a opinar sobre a pronúncia do juiz de instrução do processo que envolve o ex-Primeiro Ministro, José Sócrates, acabou por não ter a devida atenção o resultado da sondagem da 'Intercampus' realizado para o 'Novo', Semanário que chegou às bancas na passada sexta-feira, ao qual aproveito para desejar boa sorte, pois a democracia também se faz de pluralidade nos media.

Aquando da apresentação do candidato do PSD vaticinou-se a liderança de uma grande coligação de direita na cidade de Lisboa. Rapidamente se esfumou com a apresentação dos candidatos do Iniciativa Liberal e do Chega, restando a muleta do CDS que, com uma liderança frágil e pouco carismática e sabendo de antemão a missão impossível de alcançar o resultado obtido em 2017, não tinha qualquer outra alternativa que não a coligação com o PSD. Chegou, inclusive, a dizer-se na comunicação social e propalado pelos comentadores do costume que este candidato seria o 'game changer' para o PSD e para as autárquicas de 2021. O nosso país e a direita política, em particular, sempre gostaram de um bom D. Sebastião regressado do nevoeiro. Tendo a SIC titulado, no início de março e sem qualquer dado que o comprovasse, que 'Carlos Moedas e Fernando Medina podem estar tecnicamente empatados'.

Pois bem, agora que estão apresentados os principais candidatos, com exceção do candidato do PS, que deverá ser, sem qualquer surpresa, um incumbente Fernando Medina, foi divulgada uma sondagem que atribui uma diferença entre Medina e Moedas de mais de 20 pontos percentuais.

Moedas consegue aparecer com um resultado bem abaixo daquele que foi alcançado pelo somatório dos votos do PSD e do CDS nas últimas eleições autárquicas.

Quero com isto dizer que o resultado das próximas eleições autárquicas está decidido? Obviamente que não, mas para começo estamos conversados. O apelido Moedas não atribui nenhum direito divino a governar a capital do país. Carlos Moedas terá de fazer muito mais, que dizer presente, para ganhar as eleições em Lisboa. Que projeto tem? O que apresenta aos Lisboetas? O que fará diferente? O que fará melhor? Quem é que o acompanha? Revê-se em candidatos do seu partido, numa área metropolitana que desenvolve uma série de políticas coordenada e conjuntamente, como é o caso da candidata do PSD na Amadora? O que acha da candidata, que o seu partido considera não cumprir os mínimos para ser Deputada, mas para liderar os destinos de uma autarquia com quase 200 mil habitantes já serve?  Todas estas questões terão de ser respondidas por Moedas antes de irmos a votos após o Verão. Até ao momento nenhuma delas foi sequer abordada.

O certo é que o 'spin', entretanto, já é outro e os comentadores próximos de Moedas já consideram que o objetivo de Carlos Moedas, no seu caminho para líder do PSD, é perder por poucos e mostrar coragem num combate eleitoral que está já perdido. Isso só revela que o amor por Lisboa de Moedas é, na melhor das hipóteses, uma paixoneta, na pior, uma relação interesseira, com o objetivo de subir na “cadeia alimentar” da política e do PSD"

Pedro Vaz, dirigente do PS

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