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"Medina disse o que maioria dos militantes do PS pensa" sobre Sócrates

Luís Marques Mendes acredita que as entrevistas concedidas pelo antigo primeiro-ministro José Sócrates não o beneficiam, colocando em evidência o seu "egocentrismo" e a "relação muito difícil com a verdade". "Naquilo que é essencial, ele não consegue afastar uma suspeita de corrupção", afirmou o comentador, na antena da SIC Notícias.

"Medina disse o que maioria dos militantes do PS pensa" sobre Sócrates

No entender de Luís Marques Mendes, as críticas apontadas por José Sócrates à direção do Partido Socialista (PS), em entrevista à TVI, não fizeram mais do que beneficiar o partido. “Fez um grande favor ao PS”, afirmou o comentador, este domingo, no seu espaço de opinião da SIC Notícias, sublinhando que a “crítica a António Costa”, pela ausência de apoio durante o processo de investigação que o envolve, “só beneficia o PS”.

Quanto ao mais, expôs o comentador, António Costa “tem razão”. “Isto é um processo judicial, não é um processo político”, disse, reforçando que a sua refutação deve ser feita na justiça.

Referindo-se à atmosfera dentro do partido, do qual José Sócrates se desfiliou em 2018, depois de mais de três décadas de militância, Marques Mendes indicou que o “o PS está genuinamente incomodado com a situação”. “Mesmo que não fosse um crime, isto é moralmente e eticamente inaceitável”, acrescentou, sobre a alegada dependência financeira de um antigo primeiro-ministro.

Assim sendo, garantiu, “Fernando Medina falou e falou bem”, na menção pública que fez ao caso, no sentido em que “o comportamento de José Sócrates corrói o funcionamento normal da vida democrática”. Marques Mendes acredita que Fernando Medina “falou por ele”, mas não lhe “custa admitir que aquilo que pensa seja também o que pensa António Costa e a direção do PS”.

“Eu acho que Medina disse aquilo que a maioria dos militantes eleitores do PS pensam, que José Sócrates é um ativo tóxico”, afirmou. “E acrescentava que tem tido um contributo enorme, enorme, pelo seu mau exemplo, para o crescimento da extrema-direita em Portugal, o que é péssimo”.

Sobre a entrevista em si, o conselheiro de Estado foi terminante: “José Sócrates igual a si próprio. O José Sócrates egocêntrico, muito violento - do ponto de vista retórico -, sempre a fazer-se de vítima - o seu clássico -, e com uma relação muito difícil com a verdade”.

Marques Mendes referiu que a entrevista teve “altos e baixos”, mas que o momento em que o antigo primeiro-ministro “se matou politicamente” aconteceu quando, “pela enésima vez, voltou a não explicar as suspeitas de corrupção”.

“Os factos ele não explica”, iniciou o comentador. “Não explica porque é que vivia à grande e à francesa, acima das suas possibilidades e, sobretudo, acima do que tinha declarado; porque é que vivia na dependência de um amigo, que é, com todo o respeito, um lobista dos negócios - isto para um ex-primeiro-ministro é inaceitável; porque é que as transferências para ele do Carlos Santos Silva eram em notas, não eram transferências bancárias; porque é que era tudo em linguagem cifrada; como é que alegadamente é de uma família muito rica e ao mesmo tempo tinha que viver dependente do amigo”, enumerou.

De acordo com a leitura do social-democrata, “tudo o que são factos que indiciam suspeitas de corrupção, ele não explica”. “Enterra-se. E no momento em que se enterra está-se a autoincriminar”, disse, indicando que a entrevista foi “péssima para ele”, no sentido em que, “naquilo que é essencial, ele não consegue afastar uma suspeita de corrupção”.

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