"Eleições marcadas por marotice que fizeram a candidaturas independentes"
Um artigo de opinião assinado por Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores.
© Joaquim Jorge
Política Artigo de opinião
"Li que o Governo está a pensar realizar as eleições autárquicas em dois fins de semana*. Os partidos têm outras propostas como eleições em dois dias seguidos.
Decididamente as eleições autárquicas são o parente pobre da democracia portuguesa, ao invés, deveriam ser as eleições mais importantes, pela proximidade com as populações.
Estas eleições autárquicas estão marcadas pela 'marotice' que fizeram às candidaturas independentes.
Antes, deve-se alterar a lei das candidaturas independentes, só depois, é que se deve marcar as eleições.
As eleições autárquicas devem ser adiadas pela pandemia e pelo atraso da lei das candidaturas independentes.
As eleições autárquicas devem realizar-se com horário de votação alargado, poder votar-se num dia de semana, haver mais locais de votação para além de escolas.
O Parlamento vive num narcisismo de pequenas diferenças, sempre em desacordo, raramente chegando a acordo, mas dizendo quase sempre as mesmas coisas por palavras diferentes. Em competição permanente para ver quem vence e é mais contundente.
A triste figura que os partidos fazem, por vezes, é assombrosa. O Parlamento parece um teatro lamacento.
Os partidos deviam ser formações que procuram uma ideia de bem comum e de sociedade, como meio de formação de uma consciência cívica.
Deveriam ter a capacidade de pensar e educar, mas funcionam de uma forma virtual e irreal.
Infelizmente, o Parlamento não é o melhor lugar para começar a democracia."
[*O primeiro-ministro, António Costa, manifestou, no sábado passado, ser contra a ideia veiculada num primeiro momento pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.]
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