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Adiar congresso seria "erro" e dificultaria preparação das legislativas

O dirigente socialista Daniel Adrião afirmou hoje que o modelo de congresso proposto pela direção partidária é "golpe de secretaria", mas o secretário-geral, António Costa, contrapôs que não havia alternativa em pandemia e seria um erro adiá-lo.

Adiar congresso seria "erro" e dificultaria preparação das legislativas
Notícias ao Minuto

19:23 - 20/03/21 por Lusa

Política PS

Estas posições, segundo fontes socialistas, foram assumidas na reunião da Comissão Nacional do PS, que se prepara para aprovar uma proposta da direção no sentido de que o próximo congresso se realize nos dias 10 e 11 de julho, com os cerca de dois mil delegados distribuídos por 13 pontos diferentes do país.

Um modelo misto, presencial e por videoconferência, que foi muito contestado pelo líder da tendência minoritária na Comissão Política do PS, Daniel Adrião.

"Quanto às orientações e aos regulamentos apresentados pelo Secretariado Nacional do PS relativamente à eleição do secretário-geral e ao Congresso Nacional, traduzem uma mudança radical das regras do jogo, que configura o que se designa por um golpe de secretaria. Não há outra forma de classificar o que se está a passar", sustentou.

Daniel Adrião criticou sobretudo a ideia da direção de "aumentar o rácio para a eleição de delegados de 50 para 75 militantes, o que leva à diminuição praticamente para metade do número de delegados eleitos, mas ao mesmo tempo mantendo as inerências, e fazer eleições através de voto online".

"Tudo isto, como é óbvio, configura um processo de asfixia democrática, que tem como objetivo impedir o surgimento de alternativas à atual maioria e afastar e silenciar as vozes críticas, impondo o pensamento único", acusou.

Sem se referir diretamente a esta intervenção, António Costa considerou que o PS, no plano teórico, perante a atual situação sanitária do país, até poderia ter optado por voltar a adiar a realização do seu congresso, "mas isso seria um erro".

O secretário-geral do PS defendeu então que a realização do congresso em julho "é essencial para a preparação das eleições autárquicas" e, por outro lado, um novo adiamento, por exemplo para 2022, "até comprometeria a preparação das eleições legislativas" por parte do seu partido.

Ou seja, se o congresso do PS fosse adiado para 2022, o seguinte só teria lugar em 2024. E se a atual legislatura chegar ao fim, as eleições legislativas realizam-se em outubro de 2023.

Ainda para procurar demonstrar que não há alternativa ao atual modelo misto de congresso, o líder dos socialistas apontou que o PS nunca poderia fazer um "grande congresso presencial" em situação de pandemia.

A outra alternativa passaria por realizar um congresso pequeno e totalmente presencial. Mas isso ainda diminuiria mais a representatividade de cada estrutura", alegou o secretário-geral do PS.

De acordo com fontes socialistas, a proposta de modelo de congresso foi defendida pelo secretário-geral da JS, Miguel Costa Matos, que disse que a sua organização já realizou "com bons resultados" um congresso online.

Também os sindicalistas José Abraão (UGT) e Carlos Trindade (CGTP-IN) advogaram que o PS, partido com responsabilidades de Governo, não poderia realizar um congresso totalmente presencial em conjuntura de epidemia de covid-19.

Em matéria de eleições autárquicas, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, advertiu que os socialistas não irão entrar "numa guerra mediática" de apresentação de nomes de candidatos e deixou várias críticas ao PSD.

Segundo José Luís Carneiro, o PSD está a procurar juntar-se "a uma série de movimentos independentes em todo o país", de forma a "encobrir a sua falta de projeto para as autarquias".

"Com este estratagema, a direção do PSD tenta encontrar uma saída airosa na noite das eleições autárquicas. A preocupação é dizer que o PSD, afinal, até ganhou mais câmaras do que em 2017", referiu o "número dois" da direção dos socialistas.

Leia Também: Costa acusa PSD e CDS de encararem eleições apenas como "jogada política"

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