Bazuca: Governo deixa "portugueses afetados pela crise na miséria"
Iniciativa Liberal considera excessiva a aplicação da maioria dos futuros fundos europeus no setor público e lembra que as empresas são os grandes visados desta crise.
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Política IL
A Inicial Liberal (IL) teceu severas críticas ao plano do Governo para aplicar os futuros fundos europeus.
"O Governo decidiu, com o seu Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que o dinheiro vai sobretudo para o Estado, para o reforço do Estado, para mais Estado", começou por apontar o partido, num comunicado divulgado ontem.
Sublinhando que esta decisão caminha na direção contrária ao que tem vindo a ser defendido desde setembro pela IL, a força política lembra que "apenas 4,6 mil milhões de euros irão ser destinados diretamente às empresas, sendo 1,25 mil milhões referentes a empréstimos".
"Resulta assim que apenas 24% do valor total de subvenções europeias, 3,35 mil milhões dos 13,94 mil milhões, serão atribuídos às empresas, quando são estas responsáveis por 85% do emprego em Portugal", é acrescentado.
Para o partido liderado por João Cotrim Figueiredo, esta distribuição das verbas traduz a falta de apoio e compensação que deveriam ser dados às empresas e às pessoas mais afetadas pela crise por parte do Executivo socialista.
"Face à crise severa que se abate sobre os portugueses, com sectores económicos dizimados, o Governo atribui os fundos da recuperação ao Estado, deixando a maioria dos portugueses afetados pela crise na miséria. A maior parte das perdas foram nos privados. A maior parte das subvenções vão para a esfera pública. À catástrofe das consequências económicas da pandemia juntam-se as habituais oportunidades perdidas da gestão socialista", pode ler-se na referida nota.
A IL defende também que os fundos da 'bazuca europeia' deveriam servir para "baixar impostos e desburocratizar" o país, "promovendo a recuperação económica através do engenho e iniciativa dos portugueses".
"É preciso criar condições para desconfinar, apoiar as empresas que foram impedidas de laborar e que suportam grande parte do emprego em Portugal", argumenta ainda o partido.
É de recordar que, ontem, no final de uma reunião com o Fórum para a Competitividade, na sede nacional do PSD, em Lisboa, Rui Rio partilhou preocupações semelhantes à IL sobre o PRR.
"Há no programa do Governo uma preocupação em aplicar mais de dois terços na administração pública e no setor público, e nós temos a ideia de que era muito mais produtivo e mais virado para o futuro se se privilegiasse o setor privado", afirmou o presidente social-democrata.
De acordo com o Governo, foram definidas três "dimensões estruturantes" de aposta - resiliência, transição climática e transição digital -, às quais serão alocados 13,9 mil milhões de euros de subvenções a fundo perdido das verbas europeias.
No documento, estão também previstos 2,7 mil milhões de euros através de empréstimos.
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