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Mau tempo. PCP acusa Carreiras de demagogia e pede apoios efetivos

O PCP de Cascais acusou hoje o presidente do município de demagogia, depois de Carlos Carreiras ter comparado as inundações ocorridas no sábado com as de 1983, alertando para a necessidade de garantir "um apoio efetivo" aos afetados pela depressão Karim.

Mau tempo. PCP acusa Carreiras de demagogia e pede apoios efetivos
Notícias ao Minuto

15:25 - 22/02/21 por Lusa

Política Mau tempo

Em comunicado, a Comissão Concelhia de Cascais do Partido Comunista Português (PCP) repudia as declarações de Carlos Carreiras (PSD) e refere que são uma "clara tentativa de branqueamento das suas responsabilidades" e ofendem "a memória coletiva de um povo que viveu e sofreu" com as consequências do temporal, em 19 de novembro de 1983.

O concelho de Cascais, distrito de Lisboa, registou no sábado maior pluviosidade do que nas grandes cheias de 1983, disse nesse dia o presidente da Câmara Municipal.

"Para se ter uma ideia choveu bastante mais do que tinha chovido nas grandes cheias de Cascais em 1983 e isso provocou algumas situações, não da gravidade de 1983, mas ainda assim algumas situações pontuais", disse Carlos Carreiras, na ocasião.

De acordo com o PCP, as políticas do executivo PSD/CDS em "nada têm contribuído para minorar os riscos de inundações do concelho, onde uma total ausência de planeamento no que respeita à prevenção das consequências destes fenómenos naturais [...] tem levado, inevitavelmente, ao agravamento das zonas de risco de inundação".

"As alterações ao PDM [Plano Diretor Municipal] de Cascais, concretizadas por este executivo, promovem a eliminação de corredores verdes e a impermeabilização dos solos, em particular, em zonas de Reserva Ecológica Nacional correspondentes a leito de cheias, e muitos dos planos de urbanização aprovados, ou em vias de aprovação [...], acarretam graves consequências ao nível do aumento do risco de inundações, além de serem claros atentados ambientais", acusa o PCP.

Os comunistas defendem que o executivo deve garantir "um apoio efetivo" aos munícipes e comerciantes afetados pela depressão Karim, "numa altura em que as restrições impostas ao funcionamento da economia provocam falências e despedimentos em catadupa".

"O PCP alerta, uma vez mais, para os riscos do prosseguimento destas políticas de direita onde a especulação imobiliária se sobrepõe à defesa das populações e afirma a necessidade de lutar por uma mudança de esquerda, em Cascais, que ponha termo a este rumo de destruição ambiental e coloque, definitivamente, os interesses das populações no centro da sua intervenção", afirma.

A Câmara de Cascais vai apoiar cada um dos empresários afetados pelas inundações no sábado em até 7.500 euros, devendo começar a fazer os primeiros pagamentos na terça-feira, foi hoje anunciado pelo presidente do município.

Em declarações à agência Lusa, Carlos Carreiras explicou que ainda está a ser feito o levantamento dos estragos provocados pela depressão Karim, adiantando que o fundo municipal de emergência (através do qual serão dados os apoios) poderá ser ampliado, além dos 100 mil euros previstos e já aprovados.

"Hoje de manhã já ocorreram reuniões com os empresários afetados. Está a ser feito o levantamento dos estragos produzidos, assim como também as coberturas de seguro que cada um tem para fazer face ao prejuízo. [...] Ficou definido que pelo menos até ao montante de 7.500 euros será feito esse suporte contra a apresentação, naturalmente, de faturas", adiantou.

De acordo com o autarca social-democrata, cerca de 20 empresários foram afetados pelas inundações.

No domingo, a autarquia avançou com a constituição de um fundo de apoio aos comerciantes e particulares afetados pelas inundações que ocorreram no sábado, disponibilizando 100 mil euros, com a possibilidade de reforço desta verba.

"O fundo será regulamentado e atribuído após serem desenvolvidas as auscultações dos comerciantes e particulares e da aferição de cobertura de seguros dos mesmos", determinou o presidente da Câmara de Cascais.

Entre as ocorrências, a inundação de uma casa na freguesia de Carcavelos levou à retirada de cinco pessoas, que precisaram de ser realojadas. O município disponibilizou alojamento, mas não foi necessário porque optaram por ficar em casa de familiares.

"Houve também situações na serra, houve uma árvore que caiu na linha férrea Cascais - Lisboa e depois situações pontuais, mas sem uma preocupação de maior", indicou o autarca, referindo que algumas casas também tiveram algumas inundações ao nível das caves.

Entre as 08:00 e as 23:59 de sábado, a Proteção Civil registou 828 ocorrências relacionadas com o mau tempo, desde inundações a quedas de árvores e estruturas, sendo que metade das situações ocorreu no distrito de Lisboa, com "53% ocorrências nacionais".

A maioria das situações estavam relacionadas com inundações, quedas de árvores e quedas de estruturas, mas também "houve situações em que foi necessário fazer limpeza de vias", disse à Lusa Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

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