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"Dinheiro público, mesmo quando vem da UE, não é elástico", alerta Vital

Constitucionalista aplaude o plano de investimentos na rede ferroviária para esta década, mas lembra que "pior do que falta de investimentos é a redundância de investimentos".

"Dinheiro público, mesmo quando vem da UE, não é elástico", alerta Vital
Notícias ao Minuto

19:15 - 16/02/21 por Notícias ao Minuto

Política Ferrovia

"Depois de muitas décadas de incúria e abandono, é de aplaudir o plano de investimentos na rede ferroviária para esta década", começa por sublinhar Vital Moreira num artigo de opinião no blogue Causa Nossa.

No entanto, o antigo eurodeputado do PS considera que alguns dos projetos apresentados (e que o Expresso deu conta na edição da semana passada) "parecem luxuriantes". E dá o exemplo da "nova linha entre Aveiro e Mangualde - que duplica a linha da Beira Alta, em renovação, e que já foi chumbada pela Comissão Europeia" e o exemplo da reposição da linha do Douro, entre o Pocinho e Barca de Alva, não se sabe para que público".

O constitucionalista gostaria de ver publicada a análise de custos e benefícios destes projetos, sustentando que "pior do que falta de investimentos é a redundância de investimentos". "O dinheiro público, mesmo quando vem da União Europeia, não é elástico", remata.

A ferrovia, saliente-se, vai contar com 300 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a aquisição de material circulante, nomeadamente 12 automotoras elétricas, destinadas a serviços interurbanos de longo curso.

No início do mês, o ministro das Infraestruturas afirmou que a ligação ferroviária de alta velocidade Porto/Lisboa, prevista no Programa Nacional de Investimentos (PNI2030), "muda a face do país", revolucionando a estrutura do território e a capacidade de afirmação do país.

Para o governante, a ligação ferroviária em alta velocidade entre as duas maiores cidades do país não significa "só reduzir o tempo de viagem entre o Porto e Lisboa para uma 01:15": "É colocar Leiria a 35 minutos de Lisboa, Coimbra a 35 minutos do Porto, Braga a duas horas de Lisboa. Todo o território que se encontra ao longo da nossa faixa atlântica fica, no máximo, a um par de horas", disse.

Pedro Nuno Santos defendeu, contudo, que "este não é um investimento só no litoral", já que "todas as ligações ferroviárias ao interior estão ligadas ao eixo litoral".

"É por essa razão que estamos, com a IP [Infraestruturas de Portugal], a desenvolver este projeto com vários pontos de ligação à Linha do Norte e à Linha do Oeste. Isto permitirá, por exemplo, que um Intercidades da Guarda para Lisboa possa usar a nova linha a sul de Coimbra e, assim, retirar 40 minutos ao seu tempo de viagem", precisou.

Sustentando que a ligação Porto/Lisboa "encolhe o país" e é, por isso, "estruturante para a rede ferroviária" nacional, Pedro Nuno Santos assegurou que "ela formará a espinha dorsal da rede ferroviária do futuro" em Portugal.

Para além da criação de um eixo de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, estendendo-o depois para norte até à Galiza, o governante apontou como dois outros "eixos fundamentais" do PNI2030 a nível ferroviário "concluir a eletrificação e modernização de toda a rede" e "resolver os estrangulamentos nas áreas metropolitanas".

Leia Também: Litoral alentejano exige "rapidez na execução" de projetos da ferrovia

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